O incêndio de Águeda, um dos dois fogos de grandes dimensões que lavram nas regiões de Aveiro e Viseu, foi dominado este sábado.
O incêndio de Águeda está dominado desde as 09.45 horas mas o comandante da Autoridade Nacional de Proteção Civil que está no local sublinha que ainda há muito trabalho para fazer, porque o fogo tem grande potencial de reativação.
No local ainda permanecem 353 homens e 102 veículos, disse à Lusa o comandante operacional do agrupamento sul da ANPC, Elísio Oliveira. "Ainda não estamos descansados", admitiu o responsável, explicando que este incêndio "tem muitos pontos quentes" que podem reacender.
"Ainda temos trabalho para os próximos dias e estamos muito dependentes das condições meteorológicas", frisou o comandante da ANPC, sublinhando que este fogo tem "um potencial muito grande de reativar".
Ainda ativo estava um fogo no concelho de Arouca, "que já esteve dominado ontem [sexta-feira] às 20 horas, mas que reativou na zona confluente com o distrito de Viseu", avançou à agência Lusa Miguel Cruz, o adjunto de operações nacional da Proteção Civil.
Neste incêndio, que afeta a localidade de Janarde, estão mobilizados 510 operacionais apoiados por 163 veículos.
O incêndio "tem uma frente com alguma extensão e estamos a preparar a estratégia para atacar essa frente que é numa zona de altitude com dificuldade de acessos significativa", explicou.
O fogo de Resende, na localidade de Vila Verde, distrito de Viseu, começou na madrugada de sexta-feira e está agora "em resolução".
O responsável referiu também um incêndio ainda ativo no distrito de Viana do Castelo, no concelho de Ponte de Lima, que teve início já esta noite.
Quanto às previsões para este sábado, "mantemos as condições de risco que temos tido ao longo desta semana, com exceção do vento que está mais fraco e isso é de certa forma, menos um fator de agravamento da propagação dos incêndios", acrescentou.
No entanto, recordou que há situações de aviso para temperaturas elevadas, portanto, "a atenção é máxima e concentração também no sentido de tentar que todas as ocorrências que venham a surgir sejam rapidamente controladas".
Questionado acerca do trabalho dos bombeiros, Miguel Cruz referiu que estão cansados, o que é normal, principalmente quando sujeitos a longos período de esforço, mas explicou que é feito um trabalho de rendições e de reforço com grupo externos aos locais onde se verificam grande parte dos incêndios, no sentido de garantir a recuperação e "as situações não deixaram de se resolver apesar do cansaço".
Além dos meios aéreos nacionais, Portugal conta com dois aviões marroquinos, estacionados na base aérea de Monte Real, e um avião cedido por Itália, estando ainda prevista a chegada de dois aviões pesados da Rússia, conforme apontou Miguel Cruz.
Cerca das 09.30 horas, a página da ANPC referia a existência de 51 incêndios rurais, que mobilizavam 2498 operacionais, 823 meios terrestres e sete meios aéreos, e três de maiores dimensões, aqueles referidos pelo adjunto operacional nacional, em Arouca, combatido por 510 operacionais, Águeda, com 393 operacionais, e Ponte de Lima, com 65.
A Proteção Civil destaca na página como "ocorrências importantes" os fogos com duração superior a três horas e com mais de 15 meios de proteção e socorro envolvidos, mas apenas contempla os incidentes do continente, já que as regiões autónomas têm serviços próprios nesta área.
Fonte: JN
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