Fujo de juntar a minha opinião a tantas das muitas que neste período vêm a público primando pela subjectividade e repetindo lugares-comuns tão sem sentido. A questão dos incêndios florestais em Portugal é demasiado séria e complexa para se conformar com leituras simplistas como as que abundantemente são emitidas a quente (em cima dos acontecimentos).
Os nossos governantes iam “chamando” até si os louros de pouco arder neste verão, dizendo que a estratégia foi bem montada neste ano de 2016, até que de um momento para o outro, "PUM", começa tudo a arder, deitando por terra toda a estratégia...
Estratégia? Qual estratégia???
São muito profundas as causas da situação que temos, que não são devidas a este ou àquele governo - embora os governos e os deputados tenham, evidentemente, toda a responsabilidade política que envolve o problema: as medidas que são ou não tomadas, o seu grau de aplicação, a insuficiência de avaliação, etc. Lamento a chicana política, mas reclamo a responsabilidade ideológica e a competência.
Por outro lado, o que menos precisamos é de coisas que acentuem a depressão do País e dos portugueses. E contudo, é nisso que a opinião pública se atola. Ora isso nem é justo, nem é correcto. Mau seria que depois de tanto investimento e tantas medidas tomadas principalmente nestes ultimos anos tudo continuasse na mesma! Nesse caso poder-se-ía dizer que o problema não tem solução...e então, paciência: seria o nosso fado! Mas não é assim.
Nos dois ou três últimos anos ficava a sensação de que as coisas estavam muito melhor. Efectivamente o espectáculo dos incêndios iria diminuir muito. Mas os mais atentos sabiam que esses anos correram de feição, com temperaturas amenas, e que a prova seria feita quando o calor apertasse. A expectativa era de que, nessa situação, se pudesse confirmar que as medidas estavam a resultar.
Esse ano chegou em 2013 e agora novamente em 2016 e infelizmente, os resultados não são como era desejável e necessário.
Este ano, as temperaturas continuam ajudar, mas com a chegada do calor na ultima semana, voltamos a ver novamente o “espectáculo” dos incêndios por esse país fora. E com tanta coisa que dizem que foi feita, eu só faço uma pergunta:
“Mas afinal o que mudou até agora?”
Numa simples resposta vos digo, não mudou nada, rigorosamente nada, muitos querem dizer e fazem questão de afirmar que muito mudou, mas na realidade continua tudo na mesma.
Muito mais poderia escrever e dizer, mas já são muitos os que me querem “cortar” as pernas, e eu até preciso delas para andar, mas fica a promessa que não me calarei, porque no fim de tudo isto dou por mim a pensar:
“Será que o ano de 2013 foi um verão de fugir, ou temos a memória curta”?
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