Os Bombeiros de Pedrouços querem crescer na sua Área de Intervenção Própria (AIP), o que lhes permitirá alargar o serviço de proteção a uma população superior aos cerca de 12 mil habitantes daquela freguesia e, consequentemente, crescer como corporação e associação humanitária. A direção prepara as condições para esse crescimento, em que um novo quartel é uma prioridade.
Pedro Teixeira, comandante, e Mário Pinto, presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros de Pedrouços, abriram as portas do quartel em Pedrouços e revelaram-nos as condições e ambições desta instituição, fundada como associação em 1981. Só em 1998, a associação viria a ter um corpo de Bombeiros e, em 2000, foi reconhecida como de Utilidade Pública.
Há cinco anos, quando esta direção de Mário Pinto e de Pedro Teixeira (que também integra o executivo) iniciou funções, a associação estava com muitas “dificuldades financeiras e tudo se fez para que não acabasse. A sustentabilidade foi conseguida, desde logo pela entrada de capital privado dos elementos da direção, que continua a ter uma gestão muito rigorosa”, frisou Mário Pinto, ao ponto de já ter conseguido realizar investimentos na melhoria das instalações e aquisição de viaturas. Fomos encontrar uma nova viatura de transporte de doentes e veículos novos de combate a incêndios.
Apoio da comunidade
Uma grande parte dos residentes de Pedrouços são estudantes que têm a sua atividade no Porto e a freguesia é uma espécie de dormitório. Mesmo assim, os bombeiros conseguem o apoio da comunidade na angariação de verbas quando organiza iniciativas solidárias, como é o exemplo da caminhada, que junta algumas centenas de pessoas. Juntamente com os apoios da autarquia e da Autoridade Nacional da Proteção Civil, bem como dos valores provenientes de doentes e quotas dos associados, a instituição vai conseguindo honrar os seus compromissos.
Recorrendo a quadros comunitários (QREN) a associação dos Bombeiros de Pedrouços tem conseguido adquirir novos equipamentos de proteção individual. Quando a direção iniciou o trabalho, apenas existiam cinco equipamentos para toda a corporação, mas agora existem equipamentos para quase todos os bombeiros.
Novo quartel é prioridade
O espaço onde estão instalados nasceu de uma “espécie de contentor, fomos melhorando e construindo este edifício com a ajuda da Câmara Municipal, mas, hoje, é manifestamente insuficiente”, aponta Mário Pinto. Isto apesar dos vários melhoramentos instalados, como é o caso de uma camarata feminina, feita no ano passado, uma cobertura para viaturas e, neste momento em construção, um rebaixamento de parte da garagem para que possa albergar um veículo pesado. Mesmo assim, a maior parte das viaturas fica estacionada no exterior e ao relento.
Um dos objetivos da associação é construir um novo quartel, o que só será possível com o apoio da Câmara Municipal na cedência de um terreno. Já há essa promessa, referiu Mário Pinto, sendo que a instituição está a preparar uma candidatura a financiamento comunitário para a construção do equipamento.
“Queremos que nos deixem trabalhar”
A área de intervenção própria (AIP) dos Bombeiros de Pedrouços no que respeita a sinistros é apenas a freguesia, o que é um pouco limitador para a associação humanitária em todos os aspetos, financeiro ou operacional. “Gostaríamos muito de, bem sustentados, conseguir alargar a AIP, o que consideramos poder ser para breve, isto é, nos próximos dois a três anos. Temos muitas saídas para fora do concelho, mas poucas dentro do concelho da Maia, o que gostaríamos de alterar”, refere Pedro Teixeira.
Alargamento da área de intervenção
A direção e o comando estão a trabalhar na preparação das condições para que a corporação consiga apresentar a solicitação do alargamento da AIP à Autoridade Nacional de Proteção Civil, de forma a ser aceite. A verdade é que vão dizendo que se sentem magoados com o que dizem “alguns responsáveis políticos na área da Proteção Civil (PC): que nós nunca aparecemos em incêndios na Maia. É pena que esses políticos não percebam que temos que obedecer à coordenação da PC, que solicita os nossos serviços de acordo com a nossa área e onde somos necessários. Essa falta de informação deixa-nos tristes, porque logicamente gostaríamos de poder acudir aos sinistros no nosso concelho”, sublinha o comandante.
Das 10 freguesias existentes na Maia, esta corporação de Pedrouços sente que poderia alargar a sua AIP para cerca de quatro ou cinco. Esta situação tem os seus custos económicos para alguns, dizem os dirigentes. Quanto mais alargada for a área de intervenção, mais população é atribuída à corporação e, logo, mais emolumentos da PC. “Queremos crescer e temos por onde. Logicamente, isso trará algum prejuízo para outras áreas já atribuídas, mas não entramos em políticas nem estamos com nenhuma ideia de conquista, o que queremos é que nos deixem trabalhar”, frisou Mário Pinto.
Meios Humanos
Sócios: cerca de 1900
Voluntários: 65
Profissionais: 17
Viaturas
7 viaturas transportes clínicos: 4 ABTM; 2 ABTD; 1 VDTD
4 ambulâncias de emergência (ABSC)
6 veículos de combate a incêndio: 1 Veículo Florestal (VFCI); 1 Veículo Urbano (VUCI); 1 Veículo Ligeiro (VLCI); 1 Veículo de Desencarceramento (VSAT); 1 Veículo de Comando (VCOT); 1 Veículo de Transporte de Água (VTTU)
2 viaturas para serviços gerais
Fonte: http://www.primeiramao.pt/
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