Falta de Disponibilidade, Rotatividade e Custos - VIDA DE BOMBEIRO

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sábado, 30 de julho de 2016

Falta de Disponibilidade, Rotatividade e Custos


Embora dos quartéis de bombeiros de norte a sul do país surjam ecos da escassez de voluntários, a verdade é que em maior ou menor número, jovens e menos jovens vão continuando a render-se à causa a abraçar a missão do socorro. Talvez, no passado, um menor grau de exigência, um crivo menos apertado permitissem contingentes mais folgados. Novos tempos, novas regras, outras imposições que abrem caminho a uma espécie de “seleção natural”, que de alguma forma, em teoria, seria uma garantia da vocação, da preparação e do compromisso dos novos bombeiros.

No plano conjetural estaria assim traçado o plano perfeito para qualificar os quartéis, contudo os rigores dos novos tempos, esbarram na crescente falta de disponibilidade. Os estudos ou a carreira profissional estão a “roubar” aos quartéis os reforços, que assegurariam, desde já, a renovação que o futuro impõe. Os mais otimistas teimam agarram-se aos números, para fundamentar que a causa não perdeu militantes, contudo, reconhecem uma enorme “rotatividade” nos quadros ativos, pouco benéfica para estabilidade das equipas.

Dirigentes e estruturas de comando desdobram-se em ações para tentar multiplicar, recursos, uma tarefa hercúlea que impõe um enorme esforço financeiro que nem sempre se revela um investimento, é, muitas vezes, mais uma despesa a juntar às tantas outras que dificultam as dinâmicas das tesourarias.

Num dos périplos da equipa do jornal Bombeiros de Portugal um dos comandantes congratulava-se com a entrada de uma dúzia de novos operacionais, mas reconhecia que só uma gestão rigorosa e alguns apoios permitem abrir “vagas” ao voluntariado, porque é preciso dar condições e fardar os recrutas, mas concluída a formação é obrigatório acautelar a segurança e equipar devidamente, nas várias valências, cada um dos novos bombeiros.

Feitas as contas sem grande exatidão, apenas somando parcelas redondas, a proteção individual de um elemento, embora não tenha preço, pode custar cerca três mil euros, verba que muitas associações não têm, optando, em último recurso, pelo uso coletivo dos EPI.

Num mundo perfeito estas dificuldades não se colocariam, no entanto, no mundo real fazem parte do dia-a-dia das associações humanitárias, que ainda não se resignam e tentam como podem dar a volta a mais esta crise, afinal é só mais uma contrariedade que com trabalho e perseverança os bombeiros de Portugal vão conseguir ultrapassar.

Sofia Ribeiro LBP

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