Primavera húmida e “dispositivo a responder muito bem” contribuiram para que ardesse pouco até agora, adianta o comandante operacional nacional, José Manuel Moura
Desde início de Janeiro até 20 de Julho, arderam em Portugal 2464 hectares de matos e povoamentos, o que corresponde a 13% da média ardida durante o mesmo período (18337 hectares) nos últimos 10 anos, segundo dados da Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Para justificar estes resultados positivos contou-se com a ajuda de São Pedro, já que, como admite ao Expresso o comandante operacional nacional, José Manuel Moura, “este foi um ano hidrológico favorável, com o Maio mais chuvoso dos últimos 20 anos”. Mas também, sublinha, “com muito trabalho e um dispositivo no terreno que respondeu bem”.
No terreno, desde início da fase Charlie, a 1 de julho, estão a postos 2235 equipas que contam com 9708 elementos entre bombeiros (50%), sapadores ou agentes florestais (15%) e outras forças no terreno.
“O combate tem vindo a melhorar, também com o contributo de outros agentes no terreno”, afirma José Manuel Moura lembrando que “o sucesso deve-se às estratégias operacionais seguidas”, mas também ao facto de “a PJ ter detido cerca de 60 pessoas suspeitas de crime de incêndio no ano passado e de a GNR ter cerca de mil pessoas suspeitas identificadas”.
Apesar de ainda existir fogo abusivo e comportamentos de risco, “as pessoas estão mais conscientes”, entende o responsável operacional nacional pelo combate aos incêndios. E isso também explica que nestes sete meses se tenham registado menos de metade das ignições em matos e florestas registadas nestes 10 anos (3310, quando a média eram 7188).
Mesmo nos últimos dias, com os combustíveis mais secos, ventos de leste e uma onda de calor, entre 14 e 18 de junho, nunca se ultrapassaram as 200 ocorrências por dia e nenhuma durou mais de 24 horas. O dispositivo está pronto para atender até 250 ignições por dia e quando os alertas de subida de temperaturas surgiram no final da semana passada, foram pre-posicionadas oito equipas nas zonas mais críticas, o que permitiu uma atuação mais rápida.
Porém, como lembra o comandante Moura, “sendo um pais quente e seco, só conseguimos mitigar o risco e não eliminá-lo”. E ainda há um verão pela frente.
Fonte: Expresso
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