O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, pede à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) uma auditoria ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Em causa está o acompanhamento no transporte de doentes entre hospitais pelas Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação. A Ordem quer saber quantos "pedidos de socorro e quantas vítimas ficaram sem resposta" por as viaturas médicas estarem ocupadas nesse transporte.
Segundo o bastonário, o transporte inter-hospitalar é uma medida "meramente economicista" porque se estão a desviar meios para um transporte que deve ser assegurado pelos hospitais. "Esse transporte está previsto na lei mas é absolutamente inaceitável. Há muitas leis mal feitas e não é legítimo nem aceitável deixar as populações desguarnecidas de meios de emergência porque a viatura médica foi acompanhar um doente a um hospital", referiu ao CM José Manuel Silva.
As viaturas médicas efetuaram 4947 transportes entre hospitais nos últimos três anos: 1306 em 2013, 1561 em 2014 e 1732 no ano passado. Já este ano, em janeiro e fevereiro, registaram-se 348 serviços. As Ordens dos Médicos e Enfermeiros estão contra o transporte, por deixar o socorro em risco. Ao Correio da Manhã, o INEM afirma que os "meios são finitos" e os recursos funcionam em rede, de modo a dar resposta mais adequada em função das situações.
"Viatura responde a vítimas súbitas" A Ordem dos Médicos afirma que a viatura médica "foi criada para transportar vítimas de doença súbita ou acidente na rua" para a urgência. "Trabalhei na viatura médica e não é o mesmo enviar uma equipa especializada ou uma tripulação não diferenciada", diz José Manuel Silva.
Fonte: CM
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