Uma Morte. Três Demissões. Várias Perguntas sem Resposta - VIDA DE BOMBEIRO

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Uma Morte. Três Demissões. Várias Perguntas sem Resposta


David Duarte, de 29 anos, esperou três dias por uma cirurgia de urgência a um aneurisma e acabou por morrer. O caso já levou a demissões, mas há ainda muitas perguntas por responder.

A principal questão que ainda não foi esclarecida é porque é que David Duarte não foi transferido para um hospital que tivesse disponíveis médicos neurocirurgiões para realizar uma operação urgente. Mas há outras.

O caso foi noticiado terça-feira, pelo Correio da Manhã, mais de uma semana depois da morte deste homem que deu entrada num hospital em Santarém no dia 11, e foi de imediato transferido para Lisboa, para o Hospital de S. José.

Durante três dias aguardou por uma operação urgente, devido a uma rutura de um aneurisma cerebral. A operação chegou a estar marcada para dia 14, mas o jovem não resistiu e entrou em morte cerebral.

O Hospital de São José já explicou que, desde há alguns anos, deixou de ter médicos da especialidade de neurocirurgia ao fim de semana, a não ser regime de disponibilidade voluntária. Uma situação que decorre do facto dos médicos terem recusado as alterações aos regimes remuneratórios.

Esta terça-feira à tarde, o Expresso tornou publica uma carta da namorada de David Duarte, com o relato detalhado de todas as comunicações da família com os hospitais.

Na última noite, numa declaração conjunta, demitiram-se Luís Cunha Ribeiro, o presidente do conselho diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Teresa Sustelo, a presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Central (que inclui o Hospital de São José), e Carlos Martins, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (que inclui o Santa Maria).

Luís Cunha Ribeiro justificou a falta de resposta médica com os cortes na saúde nos últimos anos. Uma situação que será agora corrigida. O responsável explicou que "estes hospitais não tiveram possibilidade de ter recursos humanos para dar respostas a situações de doentes como este. Esta situação está reposta e a partir deste momento foi-nos autorizado pela equipa do ministério da Saúde que ambos os hospitais passam a ter resposta para situações deste género".

Sobre este caso, Luís Cunha Ribeiro acrescentou ainda que "isto não limpa, passe a expressão, nem permite esquecer ou desculpar o que aconteceu."

O Ministério da Saúde anunciou, esta quarta-feira, que pediu à administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central e à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde para apurarem eventuais responsabilidades do Hospital de São José na morte do doente. Numa curta nota enviada à agência Lusa, o Ministério informa que "solicitou a abertura imediata de um inquérito às duas entidades na sequência das notícias difundidas, esta terça-feira, na comunicação social, referentes a um jovem de 29 anos que faleceu no dia 14 de dezembro no Hospital de São José, em Lisboa, por não haver um neurocirurgião para efetuar uma intervenção cirúrgica".

O ministro da Saúde remeteu mais esclarecimentos para esta manhã.

Fonte: TSF

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