Temos assistido muito recentemente a muitas criticas sobre o trabalho que foi feito no acidente que ocorreu na A12 na zona do Pinhal Novo em que uma mulher terá morrido por atraso no seu socorro.
As vozes dissonantes são mais que muitas, algumas delas são de bradar aos céus por tanta asneira junta que conseguem dizer, e então alguns iluminados, parece que estão sempre à espera que alguma coisa corra mal para poderem mal dizer.
O tipo de acidente ocorrido na A12, é muito complexo, se tem que se apurar responsabilidades, sem duvida alguma que sim, agora desde se apurar o que correu mal até atacar tudo e todos os que estiveram no local a dar o seu melhor, vai uma diferença muito grande.
A gestão efectiva das crises, neste caso um acidente desta envergadura, requer tanto de improviso como de preparação.
Se falta a primeira, a gestão perde flexibilidade frente às condições em mudança; se falta a segunda, perde clareza em alcançar as respostas essenciais. Não nos devemos preocupar se a preparação nos parecer tão rígida que minimize a forma e as capacidades de improviso, o que é preciso é improvisando ou não, o sucesso seja alcançado e os objectivos sejam atingidos.
A actuação dos sistemas de emergência em situações de catástrofe é sem dúvida um tema actual. Entende-se por "catástrofe" um acontecimento que altera o decurso normal de resposta a situações comuns, pela desproporção entre as necessidades e os meios disponíveis. Tem carácter extraordinário e necessita da activação de planos de emergência. E o acidente na A12 foi sem duvida alguma uma catástrofe.
Nas sociedades industrializadas os riscos decorrentes do desenvolvimento industrial são os mais comuns. De entre estes, os mais frequentes são os devido a acidentes de transporte colectivo, autocarros, comboios e aviões. Casos como os que ocorreram na A25 no ano de 2010 em Sever do Vouga, trazem-nos à memória imagens de situações em que os feridos de diversa gravidade foram socorridos pelos serviços de emergência médica e transportados com os meios disponíveis aos hospitais para o seu tratamento definitivo.
Num acidente como o da A12 algumas alterações afectam a logística médica do acontecimento, obrigando a fazer um cálculo de necessidades e aprovisionamento das mesmas para resolver uma situação concreta, incluindo a procura e gestão de recursos de todos os tipos e, especialmente, o transporte e distribuição no lugar e momento oportuno (posto de comando avançado, kits de catástrofe, centros de saúde, ambulâncias, mobilização de pessoal, etc).
Realizar um plano de catástrofe entendido como um documento em que se detalham um conjunto de acções a desenvolver numa sequência ordenada e lógica, estabelecida para uma situação multi-vítimas, até pode parecer fácil, mas na realidade não é tão simples assim.
Por isso nas conclusões apenas faço referência a diversos aspectos de melhoria no que diz respeito à resposta assistencial que poderia ter sido dada, e enquanto espero pela elaboração do inquérito de investigação onde quem sabe, se calhar nem tudo correu assim tão mal como algumas pessoas fazem questão de dizer.
Não posso ficar indiferente à vida que se perdeu, e deixo aqui pessoalmente os meus sentidos sentimentos a toda a família da senhora que acabou por falecer no acidente.
E não quero de forma alguma com isto dizer que não há responsáveis pelo sucedido, porque sim, as responsabilidades tem de ser apuradas por quem de direito, mas nada dá o direito de se criticar todo o trabalho que foi feito naquele acidente.
E não quero de forma alguma com isto dizer que não há responsáveis pelo sucedido, porque sim, as responsabilidades tem de ser apuradas por quem de direito, mas nada dá o direito de se criticar todo o trabalho que foi feito naquele acidente.
Aos "iluminados" que fazem questão de apontar o dedo a tudo e todos que estiveram naquele teatro de operações só tenho uma coisa a dizer-vos, os bombeiros de ontem são os bombeiros de hoje e os bombeiros de amanhã, e por muito que queiram não conseguem fazer com que passemos de "bestiais a bestas".
Tenho dito
José Filipe
Vida de Bombeiro
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