Acerca das notícias publicadas no jornal Setubalense e no Setúbal na Rede, com os títulos “Bombeiros Voluntários de Setúbal ganham maior importância” e “Socorro às populações não está em risco”, respectivamente, ambas datadas do dia 14 de Dezembro, o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais vem esclarecer o seguinte:
- Quando abordámos a falta de bombeiros para assegurar o piquete a fogo em Azeitão limitámo-nos a factos: efectivamente, naquele dia, um graduado da equipa dos bombeiros voluntários de Azeitão informou o CMOS (Centro Municipal de Operações de Socorro sediado nos Bombeiros Sapadores de Setúbal) sobre a falta de homens para guarnecer a viatura de piquete a fogo. Uma situação que levou o comando dos sapadores a enviar um veículo dos sapadores para assegurar o socorro de combate a incêndios, em Azeitão.
- Ao contrário do que menciona a autarquia, o socorro em Azeitão está efectivamente em risco: na realidade, neste dia, naquele momento, não havia alegadamente homens para acorrer a uma chamada de socorro a incêndio. Ou seja, verificou-se aquilo para que o SNBP já tinha alertado, aquando da saída dos Sapadores de Setúbal do destacamento de Azeitão.
- Ao contrário do que é afirmado na notícia “Socorro às populações não está em risco”, mediante a citação do comandante dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, em causa nunca esteve o pagamento do horário extraordinário aos bombeiros sapadores de Setúbal que prestavam socorro em Azeitão, nem os custos que isto comportava para a autarquia. O que estava e continua a estar em causa é a falta de investimento a que a Câmara Municipal de Setúbal tem votado o corpo de bombeiros sapadores de Setúbal, nomeadamente no que diz respeito à integração de novos elementos. Não é feita qualquer recruta há dez anos.
- Outras autarquias com bombeiros sapadores, apesar dos constrangimentos financeiros, têm feito abertura de concursos para ingresso de bombeiros, como é o caso de Vila Nova de Gaia, Lisboa, Porto e Braga. Em Setúbal não tem havido qualquer investimento nos recursos humanos, o que causa estranheza se pensarmos que um dos argumentos usados pela autarquia para cobrar a taxa de protecção civil à população é a melhoria das condições dos Bombeiros Sapadores de Setúbal, que socorrem a cidade. O único investimento que houve foi o reforço do financiamento ao abrigo do protocolo celebrado com os bombeiros voluntários de Setúbal para serviço em Azeitão.
- Lembramos assim o protocolo celebrado entre os Bombeiros Voluntários de Setúbal e a autarquia que pressupõe que o socorro em Azeitão seja socorrido por aquela corporação de bombeiros, o que, alegadamente, nem sempre é garantido.
- Sobre a intervenção e declarações de ANBP/SNBP sobre este assunto é importante não esquecer que, sendo associação e sindicato de classe, conhecemos bem este sector e acompanhámos desde início todo este processo. Como tal, desde o início também estranhámos que a pessoa responsável pela protecção civil municipal de Setúbal fosse o presidente da direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Setúbal.
Naturalmente, o representante da Câmara da Protecção Civil dará os pareceres que entender relativamente aos protocolos e actuação dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, onde ele é também presidente.
Em relação às declarações feitas hoje, dia 16 de Dezembro, pelo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, sobre a intervenção de ANBP/SNBP, ao Jornal Setubalense:
-Lembramos o Senhor Comandante que somos um sindicato que representa os bombeiros e que apenas tornamos públicos factos que dizem respeito ao socorro das populações que, neste caso, ficaram em risco por falta de efectivos do corpo de bombeiros que representa. Lembramos ainda que o próprio Comandante dos B.V. de Setúbal assume que “num pequeno momento houve escassez de pessoal”: afinal, não está assegurada a capacidade de responder ao socorro em segundos, como seria desejável! O socorro não tem hora marcada!
- Em segundo lugar consideramos que o Senhor Comandante não deverá perder o seu tempo com as preocupações do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais, mas antes em suprir a falta de efectivos que o próprio assume e cumprir o protocolo que assumiu com a autarquia e que visava garantir a segurança da população em Azeitão. Uma situação que parece não estar assegurada e que, essa sim, deverá ser a sua maior preocupação.
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