A Câmara Municipal de Lisboa quer investir mais de 31 milhões de euros na "reorganização e modernização" do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB), através da construção e qualificação de quartéis e da aquisição de equipamento e veículos.
"Os investimentos a realizar prosseguem um objetivo simultâneo de renovação dos espaços e equipamentos utilizados e de modernização dos mesmos, por via da escolha de soluções técnicas e tecnológicas atuais, adaptadas e otimizadas às funções de emergência e socorro a desempenhar", lê-se na proposta que será debatida na próxima reunião privada de Câmara, que se realiza na quarta-feira.
Segundo um anexo à proposta, a que a Lusa teve acesso, o valor global de construção, requalificação e remodelação de quartéis do RSB será de 14.725.000 euros, mas não se especifica em que período o montante será investido.
As zonas do Martim Moniz, Boavista, Arco do Cego e Alto do Lumiar receberão infraestruturas feitas de raiz, enquanto os quartéis da Graça, Monsanto, Santo Amaro, Benfica, Alvalade, Encarnação ou Marvila sofrerão obras de requalificação e remodelação.
Novos quartéis
No que toca aos quartéis novos, o da zona do Martim Moniz será construído pela Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU Lisboa Ocidental), o do Arco do Cego será construído pelo Instituto Superior Técnico e a obra do Alto do Lumiar ficará a cargo da Sociedade Gestora do Alto de Lisboa (SGAL).
A proposta é assinada pelo vereador da Proteção Civil, Carlos Castro, e pelo vereador do Urbanismo, Manuel Salgado.
Em relação a equipamentos de proteção individual, a autarquia prevê gastar mais de dois milhões de euros entre 2015 e 2020.
O investimento em fardamento, no mesmo período, rondará os 2,2 milhões de euros.
Quanto a viaturas, o valor investido no âmbito do "Projeto de Reorganização do Dispositivo de Socorro da cidade de Lisboa do Regimento de Sapadores Bombeiros" será de 13 milhões de euros.
Investimento de forma continuada
A proposta da autarquia refere que o desenvolvimento da estratégia "deverá ocorrer de forma continuada e sucessiva no tempo" e depende "da concretização material e formal de cada uma das suas partes, especialmente em matéria de investimentos".
Anexo à proposta encontra-se também o estudo "A Relação entre o Tempo de Deslocação e a Disposição Espacial dos Quartéis do RSB", de 2014.
O estudo identificou que "existem áreas da cidade em que os tempos de deslocação dos meios, e inerentemente os tempos totais de resposta, são sobejamente superiores ao desejável (Alta de Lisboa, Musgueira, Galinheiras e Ameixoeira)", pelo que "deverá ser considerado um investimento no aumento de bases de meios de socorro".
"Ficou também comprovado que qualquer alteração na rede de quartéis existente implica uma diminuição da capacidade de resposta, devido a um aumento dos tempos de deslocação", considera o estudo de Alexandre Penha, Carlos Silva, Celso Baía e Pedro Pedro.
Assim, na opinião dos autores do estudo, "uma alteração à rede de quartéis deve sempre garantir uma relocalização dos meios num local não muito divergente das instalações atuais".
Fonte: CM
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