O Observatório de Proteção Civil tomou conhecimento que um significativo numero de desfibrilhadores automáticos externos colocados pelo INEM em ambulâncias dos corpos de bombeiros, está inoperacional devido ao INEM não estar a fazer a reposição dos eléctrodos usados em situações de paragem cardiorrespiratória.
Sendo segundo o próprio INEM aquele equipamento imprescindível para salvar a maior parte das vítimas de paragem cardiorrespiratória, conclui-se portanto que o organismo que tem por missão assegurar a correcta assistência na emergência médica. pode estar a comprometer esta mesma assistência, facto que gera preocupação já que falamos do socorro de vidas humanas.
O Observatório alerta ainda para o facto de as entidades detentoras de Desfibrilhadores Automáticos deverem ter um stock recomendável de pelo menos 5 pares de eléctrodos por equipamento, a pensar na resposta à situações de acidente grave ou catástrofe. Por exemplo, num cenário de atentado terrorista semelhante ao do passado dia 13 em Paris, em que o número de vítimas em paragem cardiorrespiratória ultrapassa o número de ambulâncias disponíveis no momento, algumas vítimas podem ser discriminadas na assistência por falta de consumíveis de socorro.
O Observatório defende ainda que a formação de todos os operacionais do sistema de emergência médica para a utilização de desfibrilhadores manuais evitava este constrangimento, já que os eléctrodos destes não são descartáveis.
Embora o custo do equipamento automático seja mais económico, acaba por ser ultrapassado durante o seu tempo de vida se forem contabilizados os eléctrodos consumidos, bem como a substituição de baterias nos prazos recomendados pelos fabricantes.
Em suma, o Observatório não vislumbra vantagens na colocação de desfibrilhadores automáticos externos nas ambulâncias em detrimento de manuais, já que alguns desfibrilhadores manuais já possibilitam o modo de desfibrilhação automática, sendo mesmo uma deturpação do conceito ideal para profissionais de emergência já que, o desfibrilhador automático foi concebido para leigos e não para técnicos.
O Observatório de Proteção Civil esclarece ainda que, não há nos seus artigos informativos a menor intenção de calunia, difamação, ofensa, ou de denegrir a imagem dos visados, apenas de informar o seu público sobre os casos de que toma conhecimento, que averigua, ou sobre os quais entende emitir parecer, ou manifestação de preocupação.
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