Paulo Campos, suspenso terça-feira pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, das funções de presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), no inquérito da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), aponta falhas à investigação, que culminou com um processo disciplinar.
O caso está relacionado com o transporte por helicóptero do INEM de uma doente amiga de Paulo Campos, do hospital de Cascais para a unidade de Abrantes. Luís Meira, diretor do Departamento de Formação e Emergência Médica, deverá substituir Paulo Campos. Em carta enviada ao ministro da Saúde, Paulo Campos acusa a IGAS de não ouvir o diretor do serviço de helitransporte do INEM nem o médico intensivista que teve intervenção no processo, enfermeiros e a família da doente. Paulo Campos justifica a sua atuação junto da doente pelas "fragilidades do SNS, que continuam a colocar em risco várias vidas por ineficiências do sistema, nomeadamente nas urgências".
Ao CM, Francisco Reis, filho da doente internada do hospital de Cascais de 23 a 25 de janeiro deste ano, confirma não ter sido inquirido pela IGAS: "Não fui ouvido e terei muito gosto em falar no sítio certo. Só posso dizer que a minha mãe morreu em janeiro." Questionada pelo CM, a IGAS recusou prestar esclarecimentos, alegando que os "processos disciplinares são de natureza secreta até à acusação ou ao seu arquivamento".
O Ministério da Saúde também não prestou informações por o caso estar "em segredo". Até ao início da noite desta quarta-feira, segundo fonte do INEM, Paulo Campos ainda não tinha sido notificado oficialmente do processo disciplinar.
Fonte: CM
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