“Com a Farda Vestida Não Temos Sexo, Temos Aquilo Que Nos Alimenta, Grandeza e Coragem” - VIDA DE BOMBEIRO

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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

“Com a Farda Vestida Não Temos Sexo, Temos Aquilo Que Nos Alimenta, Grandeza e Coragem”

Sou bombeira. Chamam-me, tal como aos meus camaradas, heróis. Heróis sem rosto, sem nome, de ocasião, de hora, aquela hora em que somos chamados e saímos sem perguntar para onde vamos ou sem saber se voltamos.

Sou bombeira. Sou mãe, tia, irmã de quem me cruzo, da criança que abraço no desencarceramento, filha e neta de quem salvo da enchente e tratadora de uma floresta que não é minha. Sou quem chamam por um número, quem batem nas costas com uma palmadinha de não sei o quê, quem ouve os aflitos por que "Chegaram atrasados".

Sou bombeira. Sou uma mulher da noite, quando tem de ser, mas não da vida. Sou uma mulher que corre, sem vencer maratonas. Sou uma mulher que salta, sem ir à olimpíadas. Sou uma merda qualquer quando me magoou para salvar os outros.

Sou bombeira. Sou desprezada na minha dor, mal tratada nos meus direitos, discriminada nas minhas funções, não aquelas em que presto auxilio, mas sim nas outras, nas que não uso a farda com a luz na cabeça, os ouvidos replectos de gritos, de dor, angustia e aflição.

Sou bombeira. Sou mulher, sim, sou mulher. Mas com a farda vestida nós, os BOMBEIROS, não temos sexo. Temos aquilo que quem nos governa não tem; ALMA, SENTIMENTOS, GRANDEZA, MORAL e CORAGEM.

Fonte: Devaneios Indiscretos

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