Relíquias dos Bombeiros Voluntários Fascinam em Cacilhas - VIDA DE BOMBEIRO

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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Relíquias dos Bombeiros Voluntários Fascinam em Cacilhas


Foi inaugurada, esta quinta-feira, uma exposição de carros antigos e material de combate a incêndios dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas. Uma exposição ao ar livre, que começa no átrio do posto de turismo (antigo quartel dos bombeiros) e se estende pela pedonal rua Cândidos dos Reis, ontem visitada pelo presidente da Câmara de Almada, Joaquim Judas. Exposição que se prolongará até domingo, incluída no vasto programa de comemorações dos 125 anos dos Voluntários de Cacilhas, fundados a 15 de janeiro de 1891.

Às 11 viaturas – da réplica de um carro escada de 1894 puxado pelos… braços dos bombeiros , até a um imponente Citroën de 10 lugares de 1930, passando pelo então topo de gama ‘Nevoeiro 1’, um Chevrolet de 1965 – junte-se material diverso num total de duas dezenas de peças, e teremos menos de metade do espólio da corporação, infelizmente fechada num barracão dos antigos estaleiros da Lisnave, à espera que a Câmara dê a ajuda decisiva para construção de um museu.

Recusar cheque em branco da Mercedes

Os Bombeiros Voluntários de Cacilhas estão no topo nacional em termos da quantidade e variedade de veículos antigos e até já recusaram um cheque em branco da Mercedes para vender uma das joias mais raras.

«Temos veículos que estão avaliados em 600 mil euros. Mas não vendemos. A nossa história, a identidade e a memória de todos quantos dedicaram a vida aos bombeiros e à população de Cacilhas não têm preço», frisa o comandante Clemente Mitra, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas. E que comove pela paixão com que fala da missão que desenvolve há 45 anos e pelo orgulho na corporação.

Corporação com 137 bombeiros e 50 viaturas

O corpo de Bombeiros Voluntários de Cacilhas é formado por 137 bombeiros efetivos. E já se investe no futuro, com 35 formandos (cadetes e infantis). Existem ainda 50 viaturas operacionais. As condições agradam ao comandante Miguel Silva.

«Não me queixo do equipamento que temos. E temos homens e mulheres de dedicação excecional. Em termos de voluntários, conseguimos ter sempre 10 a 12 bombeiros formados por ano», comentou Miguel Silva.

A crise que se vive no país tem também afetado um pouco o recrutamento e manutenção de voluntários. «Há quem tenha sido obrigado a procurar um segundo emprego. Não são tempos fáceis e o papel do comandante é ajudá-los, estar atento, dar-lhes moral. E, mesmo nas dificuldades, a generosidade destes bombeiros é de enaltecer», juntou.

Bombeiros, uma obra sonhada pelo povo

O comandante Clemente Mitra é o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas. Foi o guia na visita à exposição e cedo revela uma paixão pelos bombeiros e um orgulho pelos Voluntários de Cacilhas que chega a comover quem o ouve.

«Este orgulho vem da obra magnífica dos nossos antepassados, que nos deixaram um legado único. A minha obrigação é manter esse legado e honrá-lo. Os bombeiros, em Portugal, nascem da sociedade civil e da necessidade de solidariedade. Se há obra coletiva que é fruto da vontade dos portugueses, os bombeiros são essa obra. Não há no Mundo bombeiros com a génese, o crescimento e a amplitude de funções como os bombeiros portugueses», começa por comentar Clemente Mitra.

«Apenas sete por cento da nossa atividade se prende com combate a fogos. Os outros 93 por cento são ações de auxílio ou socorro a quem precisa de nós. De um animal que caiu num poço, a alguém que deixou as chaves dentro de casa, teve um acidente ou precisa de ser levado ao hospital para uma consulta. Ninguém é tão chamado pelos portugueses como os bombeiros. Nem nenhuma outra organização está tão implantada no país, já que apenas um concelho não tem bombeiros. Os bombeiros estão disponíveis para tudo. Porque os bombeiros são uma obra sonhada pelos portugueses. Vivem no coração dos portugueses», sublinhou.

A construção de um museu é agora o maior sonho de Clemente Mitra. «Doi o coração ver espólio de valor incalculável fechado num barracão sem condições, onde até chove. Cacilhas merece ter este tesouro ao seu dispor. E os bombeiros merecem ser apoiados, porque apoiar o voluntariado é um ato de inteligência», concluiu.

Muitos eventos no aniversário

Os 125 anos dos Bombeiros Voluntários de Alcabideche têm um vasto programa de eventos. Depois de um desfile de fanfarras e um acampamento para jovens, ambos na Costa da Caparica, chegou esta exposição.

Torneios de futebol para bombeiros, abertura do quartel à população, ações para recolha de sangue, etc, evocarão o aniversário.

Fonte: A Bola

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