As eleições estão marcadas para o dia 25 de outubro.
João Ilídio Costa é recandidato à presidência da Real Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vizela. A informação foi avançada pelo próprio, em resposta a uma questão direta de um dos bombeiros presentes na assembleia-geral extraordinária, na última sexta-feira.
Se dúvidas existissem, depois de um ano de casos mediáticos em torno do caso do ex-comandante Paulo Oliveira, estas ficam agora desfeitas e João Ilídio Costa diz sentir-se preparado para agarrar mais três anos na presidência da Real Associação.
Na sessão de sexta-feira, mais pacifica mas igualmente concorrida em relação à anterior, o presidente explanou todos os investimentos feitos nos últimos anos no quartel e louvou, em declarações à Rádio Vizela, a possibilidade de, desta vez, não concorrer sozinho, perspetivando o surgimento de uma outra lista.
As eleições estão marcadas para o dia 25 de outubro.
“Paulo Oliveira não tem condições morais para regressar”
O ponto de situação do caso Paulo Oliveira [presente no auditório] foi outro dos motivos para o agendamento de uma assembleia-geral extraordinária. Nesta altura decorre ainda o processo, aguardando-se o veredicto ao recurso apresentado pelo ex-comandante ao Tribunal Administrativo, que nunca aceitou os motivos evocados pela direção para que não lhe fosse renovado contrato. João Ilídio Costa, que há uns meses, em conferência de imprensa, referiu que caso o Tribunal desse razão a Paulo Oliveira, a sua equipa se demitiria, disse durante a sessão que “o ex-comandante não tem condições morais para regressar”, acusando-o de ter eliminado todos os ficheiros relacionados com comando e corpo ativo, antes de sair. João Ilidio Costa disse ainda aguardar pelo decisão do recurso e se este não der razão à direção da RAHBVV o próximo passo é recorrer para o Tribunal Central.
Para breve estão algumas promoções de bombeiros nas mais variadas categorias. "Vamos promover quem trabalha e quem merece, quem tem que se sentir motivado. Está na altura até porque ninguém foi promovido nos últimos cinco ano [com Paulo Oliveira]"
Mesa Administrativa pede desculpa
Apesar de se tratar de uma assembleia extraordinária, a sessão iniciou com a leitura da ata retificada de uma anterior reunião. Rogério Caldas, recorde-se, havia sido uma das vozes de discórdia por considerar que algumas afirmações a si atribuídas não correspondiam à verdade. A má qualidade da gravação foi a explicação dada pelo presidente da Mesa General Cipriano Alves, garantindo que não mais voltaria a acontecer, depois de encontrada outra forma de gravação. Vitor Monteiro, secretário, tomou da palavra para apresentar desculpa aos visados, Rogério Caldas e Manuel Marques, colocando de seguida o lugar à disposição, uma vez que as tarefas de audição e de transcrição são suas. “Confio em si e é impensável aceitar um pedido desses, errar toda a gente erra, por isso, vamos trabalhar”, referiu o presidente da Mesa.
Também aqui Rogério Caldas tomou da palavra - foi uma das vozes mais ouvidas no auditório na noite de sexta-feira, transmitindo a ideia de que as divergências com João Ilídio Costa estão longe de estar sanadas - para lamentar todo o alarido em torno do assunto e para apresentar também as suas desculpas ao presidente General Cipriano Alves. “Eu falhei, mas o senhor também falhou”, acrescentou.
António Manuel Pacheco pediu explicações
O anterior presidente da RAHBVV, António Manuel Pacheco também usou da palavra para se dirigir a João Ilídio Costa. Desafiou o atual presidente a debater as contas da RAHBVV publicamente para que clarifique onde e quando a instituição passou por uma fase de falência técnica. “Mais do que uma vez me chegou a informação que o sr. presidente refere neste auditório que regressou à liderança dos Bombeiros porque estes estavam tecnicamente falidos, eu desafio-o para um debate de contas. Ponham lá em baixo um palco e vamos debater os números na Praça da República”, atirou.
Venda de fração do antigo quartel
A deliberação sobre proposta de venda da fração traseira do “Millennium BCP”, condicionada à possibilidade legal do fracionamento do prédio do antigo quartel dos bombeiros esteve em discussão na sexta-feira. A votação recaiu, na maioria, nos votos contra e na abstenção fazendo crer que são muitos os que não veem com bons olhos a venda de parte do antigo edifício (traseiras do Millenium e parada) ao VizelaFitness.
António Manuel Pacheco também interveio neste ponto afirmando que, a concretizar-se a proposta, os bombeiros estariam a abdicar do património histórico da instituição. “Pode não ser um bom negócio para os bombeiros”, disse.
No final, à Rádio Vizela, João Ilídio Costa referiu que a sua direção, apesar de ter competência para decidir por si só, iria agora analisar a votação dos associados e ponderar, antes de tomar qualquer decisão.
Fonte: Radio Vizela
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