Infelizmente, cumpre-se o que era só uma simples suposição ou mau pressentimento.
Encostados ao início do verão, o dispositivo quase em pleno, lançado o 1º concurso, em 2013 e o 2º, em 2014, ainda há bombeiros que vão para a frente de fogo sem EPIs.
Relembro que no ano passado quando a ANPC lançou o concurso, logo vieram as garantias de que este ano era a valer, tinha sido feito um levantamento criterioso das existências e das necessidades, euros não faltavam e finalmente, não haveria bombeiros desprotegidos, todos estariam na mais completa segurança, assim eles tivessem comportamentos adequados e sensatos.
É triste dizê-lo, mas esta garantia, aqui e agora, não tem a mínima correspondência com a realidade.
Ontem, era tudo certezas, hoje é tudo dúvidas, antes era tudo garantias, agora é tudo interrogações.
Há corpos de bombeiros que ainda não receberam os EPIs que era suposto as CIMs terem entregue e há corpos de bombeiros que ainda não receberam os EPIs que era suposto a ANPC já ter distribuído.
Tudo prometido, tudo suposto, muito pouco cumprido, pouco entregue.
Importa pouco apurar responsabilidades e encontrar culpados, isso é jogo polido e argumentário artificioso para entreter e para inglês ver.
E menos importa que os culpados sejam as CIMs , a ANPC ou o mercado por “ não estar preparado para corresponder a tanta necessidade”.
Esta do mercado é o último padrão dos "descobrimentos".
O que é certo é que já vamos no 2º concurso, o 1º promovido pelas CIMs, o 2º lançado pela ANPC, e já se anuncia um 3º, sem que qualquer um dos 2 anteriores esteja fechado.
Coisa inacreditável e deprimente.
Não quero ser agoirento, mas a solução do problema não pode passar por aligeirar estes concursos, essa solução é fácil, mas o caminho é perigoso, porque não garante a normalização que é obrigatório estar acautelada, se facilitarmos é uma rebaldaria barulhenta e poderemos pagar caro por isso.
Como penso que não presta um bom serviço à “nação bombeiristica” quem defende que com as novas ou com as antigas “fardas” os bombeiros vão continuar a apagar “fogos”.
Dizer isso, é conformar-se com o incumprimento, pactuar com o facilitismo e adiar as soluções.
E julgo que depois de tanta promessa e de tanta garantia, alguém devia estar aí para cobrar o incumprimento e reclamar que , no mínimo, o dispositivo, apoiado pelo Estado, tem que estar dotado de EPIs, sob pena de a tutela não se poder ficar pelos lamentos, pelos inquéritos e pelos relatórios, e ter que assumir responsabilidades, por acção ou omissão, em qualquer imponderável futuro.
Publicada por Zingarelho