O diferendo entre o Instituto Nacional de Emergência Medica (INEM) e os seus Técnicos de Ambulância de Emergência (TAE) já não é novo, porem, agudizou-se nos últimos dias com estes colaboradores a recusarem-se fazer mais horas extras.
Assim, sete de vinte e uma das ambulâncias de Suporte Básico de Vida (SBV) daquela entidade a operar em Lisboa (Concelho) estão paradas, no entanto por se tratar da prestação de cuidados de saúde inadiáveis, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) decidiu respeitar os 10 dias para o pré-aviso de greve, efectivando a sua inoperacionalidade a partir do dia 24.
Há, efectivamente algumas ilações a retirar deste “filme” que parece saído das mais fracas produções de cinema.
Em primeira instância, o instituto: querer suprimir a falta de colaboradores com horas consecutivas dos mesmos, não me parece de todo a solução para o problema; possuir ambulâncias a operarem apenas 8h por dia como algumas que existem, também não creio que seja o mais correcto. Talvez a solução passe por encerra-las e deslocalizar estes TAE para onde realmente são necessários e fazem falta para o serviço operacional como o caso de Lisboa;
Mais a montante, no limite poderemos responsabilizar o Ministério da Saúde pelo que esta acontecer: creio que não será despropositado afirmar que é necessário a qualquer preço contratar colaboradores para o INEM, ou em contrapartida, apostar num mapa serio que seja amplamente reestruturado no que aos meios diz respeito.
Por fim é importante trazer a terreiro, explanando-o como realmente funciona o “sistema”, para que a população não se sinta em perigo no mais primário que há: a saúde;
Ninguem até ao dia de hoje ficou por socorrer.
O INEM, enquanto entidade a quem cabe por força da lei vigente, o controlo e gestão de todos os eventos de emergência no âmbito pré-hospitalar celebra protocolos de colaboração com os bombeiros e Cruz Vermelha Portuguesa (CVP). Estas parcerias fazem com que, estas entidades executem cerca de 60% do transporte de doentes urgentes e/ou emergentes em Portugal. Também na cidade de Lisboa se for necessário, e à semelhança de tantas localidades do país, os bombeiros e a CVP são totalmente autónomos, o que faz com que esta “bicho” megalómano que foi lançado pela e para a comunicação social não seja realista, estando deturpado e não traduzindo a realidade.
Lisboa, tem uma mão cheia de corpos de bombeiros, capazes de suprimir e solucionar as emergências que se apresentam no dia-a-dia da capital, não sendo necessário recorrer a associações de bombeiros ou CVP fora dos limites Concelhios de Lisboa.
Basta de atirarem areia para os olhos da população, levando-as a um permanente estado de medo que não é mais do que uma farsa.
Os bombeiros estão cá, como sempre, e que saiba ainda não venderam as ambulâncias.
Luís Gaspar in BPS-Bombeirosparasempre
luisgaspar@bps.com.pt
