Os bombeiros do Cadaval assinalaram, recentemente, os 94 anos da respetiva associação, através de um programa comemorativo que incluiu a habitual formalização do ingresso de novos bombeiros no seu corpo operacional, bem como a distinção de antigos soldados da paz.
As atividades comemorativas do 94.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Cadaval (AHBVC) decorreram entre o dia 21 de maio – data oficial da fundação da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Cadaval – e o dia 31 do referido mês, tendo o cartaz incluído atividades de cariz protocolar e oficial mas também de índole lúdica e desportiva.
A tradicional sessão solene, ocorrida a 24 de maio, contemplou a simbólica entrega de divisas, machados e capacetes aos conterrâneos que ingressaram na carreira de bombeiro voluntário, bem como de distinções a antigos operacionais, provindas da Liga de Bombeiros Portugueses.
Na ocasião e durante a sua intervenção, Luís Gaspar, comandante dos bombeiros cadavalenses, resumiu a atividade operacional daquele corpo ativo, no último ano. Tal como o próprio referiu, «174 incêndios, o ano passado, acabam por ser uma gota de água no oceano de 6 633 serviços, 496 226 quilómetros percorridos, 20 922 horas de trabalho, 9 660 doentes transportados, correspondendo, só em combustível, a um encargo superior a 80 mil euros.»
O comandante revelou a «vontade férrea» dos bombeiros em prosseguir com o combate aos incêndios florestais, em prol da defesa de pessoas e bens, de modo a «continuar a levar por este país fora o nome do Cadaval e o altruísmo e capacidade dos seus bombeiros». Isto sem esquecer a população local, «cuja necessidade de apoio continua a ser uma prioridade».
Luís Gaspar agradeceu publicamente o regular apoio do município, bem como «o empenho camarário, junto da OesteCIM, para a conclusão do processo de aquisição dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para combate a incêndios em espaços naturais.»
Por seu turno, Ricardo Coelho, presidente da direção da AHBVC, aludindo à proximidade do término do corrente mandato, considerou ter o órgão de gestão que superintende alcançado os seus objetivos. «A associação tem uma situação económico-financeira equilibrada, até melhorada face à situação que herdámos. Aumentámos substancialmente as disponibilidades para formação do corpo ativo, correspondendo a todas as solicitações do comando, adquirimos duas viaturas novas, na área da saúde, e fizemos investimentos muito significativos na manutenção e conservação da linha vermelha», revelou o dirigente.
Igualmente o envolvimento da associação com a sociedade civil foi evidenciado por Ricardo Coelho, «através do acolhimento de eventos quer no cine-auditório e no pavilhão multiusos, ou por iniciativas nossas, como por exemplo a festa anual de S. João», ressalvando a importância económica desta última. «Conseguimos, finalmente, que nos fosse atribuída uma viatura do INEM», acrescentou, anunciando a recente deliberação de recondução da comissão de serviço do comandante Luís Gaspar.
André Fernandes, 2.º Comandante Operacional Distrital de Lisboa esteve na cerimónia em representação da Autoridade Nacional de Proteção Civil e do Comando Distrital de Operações de Socorro de Lisboa.
O referido representante elogiou o corpo de bombeiros cadavalense adjetivando-o de «excelente» e «motivado», o que, em seu entender, se ficará a dever a um trabalho conjunto de direção, comando e quadro operacional.
André Fernandes reconheceu o sentido de missão dos soldados da paz cadavalenses, que, não descurando «a missão de primeira linha» de defesa dos concidadãos do município, «sempre que foram chamados nunca disseram que não», fosse para a região Oeste, para o distrito ou para o país. É uma tradição que já vem de há 94 anos», sublinhou o próprio, terminando com um alerta para o cumprimento e respeito pelas regressas de segurança no teatro de operações.
Fátima Paz, vice-presidente da Câmara Municipal do Cadaval, saudou a AHBVC pelos seus 94 anos ao serviço da população e, em particular, enalteceu os recém-empossados bombeiros e os distinguidos por tempo de serviço.
«Temos, todos, consciência das dificuldades que o voluntariado atravessa e, por isso, é de relevar que os BVC continuem a engrossar as duas fileiras com gente nova e disponível para abraçar esta missão tao nobre e tão necessária para a garantia de socorro das povoações, ainda mais quando estamos a uma distância considerável da unidade de saúde mais próxima, e quando temos uma percentagem significativa de população idosa», afirmou a autarca.
Fátima Paz salientou ainda o caráter rural do concelho e a significativa mancha florestal existente, «que nem sempre é alvo dos melhores cuidados por parte dos proprietários».
A edil lamentou, na ocasião, o facto de o processo de aquisição de equipamentos de proteção individual, em curso na Comunidade Intermunicipal do Oeste – OesteCIM, ainda não estar concluído, quando existe financiamento comunitário e disponibilidade das câmaras municipais para suportarem a parte da componente nacional. No entanto, adiantou ter conhecimento de que está para breve a finalização do mesmo.
A vereadora reafirmou ainda a disponibilidade do município em colaborar tecnicamente no sentido de a AHBVC vir a aproveitar as oportunidades de financiamento comunitário para fazer face às melhorias que se julguem necessárias.
Fonte: Comercio e Noticias
