O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) lamentou hoje, em Fátima, distrito de Santarém, que várias comunidades intermunicipais ainda não tenham conseguido entregar os equipamentos de proteção individual aos bombeiros.
"Foi por grande pressão da LBP que foi lançado um primeiro concurso através das comunidades intermunicipais (CIM) em 2013, já lá vão dois anos, para 50 por cento dos equipamentos para cada associação de bombeiros e é de lamentar que dois anos depois muitas delas ainda não conseguiram entregar os equipamentos", disse Jaime Soares.
O responsável falava na cerimónia de entrega de 305 equipamentos de proteção individual a 61 corporações de bombeiros do país, uma iniciativa do banco BIG que promoveu a campanha de solidariedade "Vamos proteger quem nos protege", que permitiu a angariação de 140.500 euros.
Aos jornalistas, Jaime Soares explicou que "ficou tratado em 2013 com o sr. ministro da Administração Interna Miguel Macedo que haveria uma verba de seis milhões de euros para equipar 50 por cento dos bombeiros portugueses", esclarecendo que essa tarefa foi entregue às CIM.
"Escusado será dizer que esses concursos, mais de dois anos depois, ainda não estão totalmente concluídos", declarou o presidente da liga, admitindo que já foram entregues "muitos equipamentos", mas em muitos deles faltavam artigos, insistindo que "uma coisa que era para estar entregue em maio de 2013 não está entregue tudo em maio de 2015".
Jaime Soares adiantou que um segundo concurso, para equipar os restantes 50%, "já não foi feito pelas CIM, porque elas falharam", e foi entregue à Autoridade Nacional de Proteção Civil.
"A autoridade fez esse concurso", mas "a verdade é que esses restantes 50%, neste momento, ainda não estão, também, totalmente entregues", referiu.
Jaime Soares admitiu a possibilidade de o mercado não estar preparado "para corresponder a tanta necessidade", considerando que "não chega para um bombeiro um equipamento", defendendo que os bombeiros têm de ter todos "três equipamentos cada um" devido ao desgaste, lavagem e manutenção.
Segundo o dirigente, vai ser feito um terceiro concurso pela Autoridade Nacional de Proteção Civil, que não contemplará as botas, nem os capacetes.
"Sou pelo rigor, pelo cumprimento das leis, mas também sou pela defesa do aligeirar este tipo de concursos pelas entidades que têm essa responsabilidade, porque quem precisa de socorro não pode de estar à espera dos burocratas deste país", afirmou.
Questionado sobre a eventualidade de os bombeiros estarem mal equipados para realizarem o seu trabalho, o presidente da Liga respondeu que "os bombeiros não estarão mal equipados de forma a fazer perigar a sua vida".
"A segurança é a principal arma que os bombeiros devem utilizar e os bombeiros com as fardas que tinham ou com estas apagavam fogos e vão continuar a apagá-los. Estas fardas vão melhorar a garantia da sua integridade física, mas não são nada de milagreiro", acrescentou.
Fonte: Lusa
