Uma dor intensa no peito, acompanhada de náuseas e vómitos, um aperto que se pode espalhar pelo pescoço, braços e costas: são estes os sintomas mais comuns do enfarte do miocárdio. Estes sinais são os que dão a partida para uma corrida contra o tempo. Ligar imediatamente para o 112 é o caminho recomendado pelos especialistas, de forma a garantir ao doente o melhor tratamento possível – a angioplastia primária.
"Por vezes, ficam à espera que a dor passe. Não dão importância aos sintomas, não têm noção de que estão a ter um enfarte", explica ao CM Hélder Pereira, diretor do Serviço de Cardiologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada.
O especialista, que coordena em Portugal a iniciativa europeia ‘Stent for life – Não perca tempo, salve uma vida!’, realça a importância da procura de apoio do INEM aos primeiros sintomas. "O INEM faz o transporte do doente para um dos hospitais da rede especializada em enfarte. Se a pessoa for pelos próprios meios, poderá ir para uma unidade que não o seja e terá de ser transferida", refere Hélder Pereira, sublinhado que uma situação de transferência acarreta "cerca de duas horas" de demora. Tempo crucial para o doente, cuja recuperação pode ficar comprometida.
"Se abrirmos a artéria do coração que está obstruída na primeira ou segunda hora, a recuperação do doente é praticamente total. Se demorarmos, por exemplo, seis ou sete horas a chegar ao procedimento, a recuperação da parte afetada do músculo cardíaco já não será a mesma porque as células vão morrendo", afirma, acrescentando que é nestas situações que o risco de sequelas é mais elevado. Para garantir a recuperação total, "é importante abrir imediatamente a artéria ocluída pelo coágulo" através de uma angioplastia primária, que se traduz "na colocação de um cateterismo, através do braço, que segue até ao coração.
Fonte: CM