Atiraram-se à água ou enfrentaram as chamas, de folga ou em serviço. São cinco militares da GNR que salvaram quatro vidas, pondo em risco as deles. E que este domingo são homenageados pelo Comando.
Estava de folga quando recebeu o alerta. Um homem tentara suicidar-se ao atirar-se para dentro de um poço. O cabo Patinho Pereira, da GNR de Beja, não teve sequer tempo de refletir. Correu para aquele local e não hesitou em pular para dentro do poço. Salvou-o. O homem que estava prestes a afogar-se. Foi com a ajuda de populares e de bombeiros que conseguiu sair de lá. Com ele, o homem que tentara pôr termo à vida. Livre de perigo.
O ato do cabo José Patinho Pereira, que aconteceu pelas 13h40 do dia 26 de janeiro, é um entre quatro atos heroicos que não passaram despercebidos a Comando Geral da GNR e que serão, este domingo, homenageados com o prémio “Valor, Abnegação e Altruísmo”. A entrega dos prémios decorrerá na cerimónia que assinala os 104 anos da GNR e que decorre em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa, com a presença do primeiro-ministro, Passos Coelho.
Naquele dia 13 de outubro de 2014, a poucos minutos passados das 18h00, o guarda-principal Pedro António e o guarda António Valentim estavam de serviço à patrulha na zona de Santarém. Foi quando os dois foram chamados de urgência à barragem de Castelo de Bode, em São Pedro, Tomar. Uma mulher corria risco de afogamento. Os guardas atiraram-se à água e nadaram cerca de 50 metros até garantirem que salvavam aquela vida. E conseguiram.
Oito meses antes, em Aveiro, foram as chamas que despertaram o espírito de missão do cabo Vítor da Silva. Estava ele de folga quando duas botijas de gás explodiram na casa de um idoso. As chamas alastraram à velocidade da luz. O dono da casa recusava-se a sair, preferia morrer que perder tudo. O cabo não deixou e conseguiu salvá-lo dali. Quando os bombeiros chegaram ao local e extinguiram o fogo encontraram cinco botijas de gás. Três estavam, ainda, intactas.
Já no final do ano de 2014, em dezembro, o guarda-principal Ricardo Rosa estava de patrulha quando parou junto ao carro de um mulher. A condutora tentava trocar um pneu do carro na berma da estrada. Ele aproximou-se dela quando percebeu que um carro a alta velocidade se aproximava, descontrolado. A reação do militar foi puxar a mulher para evitar o atropelamento. Caíram os dois no chão, mas salvos. Ele ainda fraturou o pulso direito.
Fonte: Observador