Paulo Hortênsio, de Presidente da Direção a Presidente da Assembleia dos Bombeiros de Seia - VIDA DE BOMBEIRO

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terça-feira, 7 de abril de 2015

Paulo Hortênsio, de Presidente da Direção a Presidente da Assembleia dos Bombeiros de Seia


“O Senhor Comandante Virgílio Borges irá, certamente, colocar o seu lugar à disposição da nova Direção ajudando, dessa forma a clarificar a questão, a bem da nossa Associação” – diz Paulo Hortêncio em entrevista exclusiva ao Jornal de Santa Marinha.

Paulo Hortênsio entrou para a presidência da Direção da A.H.B.V.Seia no ano de 1993, tendo estado ininterruptamente nessa função até 2005. Entre 2006 e 2011 (dois mandatos) esteve na Presidência da Mesa da Assembleia-Geral, tendo regressado à Presidência da Direção entre 2012 e 2014. É Sócio da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Seia desde 1982. Nas últimas eleições não se recandidatou, mas assume o cargo de presidente da Mesa da Assembleia Geral.

 Jornal Santa Marinha (JSM): Que balanço faz do seu Mandato à frente dos destinos da AHBV Seia?

Paulo Hortênsio (PH): O Balanço deve ser feito pelos Associados, mas pelo que se viu no último Ato Eleitoral parece-me que poderá ser considerado globalmente positivo, pois não poderemos esquecer que a Lista Vencedora (Lista A) era constituída pelos elementos dos anteriores Órgãos Sociais.

Não estaremos muito longe da realidade ao afirmarmos que os Associados sufragaram o nosso Projeto e, consequentemente, o trabalho realizado no Mandato.

 JSM: Quais as dificuldades que enfrentou ao longo destes anos, enquanto presidente?

PH: As dificuldades inerentes às funções de responsabilidade que assumimos quando aceitamos o compromisso de gerir uma Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários, ou seja, um tipo muito específico de Associação, com Missão, Visão e Valores muito próprios de uma Instituição que nasceu da vontade popular de socorrer o próximo.

Uma Associação onde as despesas são muitas e as receitas sempre poucas para manter uma estrutura mínima de socorro capaz de responder com eficácia e eficiências às inúmeras e crescentes solicitações endereçadas.

JSM: Quais os resultados positivos que trouxe para esta Associação?

PH: Espero que conjuntamente com os restantes elementos dos Órgãos Sociais que me acompanharam neste percurso, tenhamos ajudado a construir uma Associação mais bem preparada para cumprir a sua missão principal que é, recorde-se, manter um Corpo de Bombeiros capaz de responder com cada vez melhor no que concerne à proteção de pessoas e bens.

Tentámos sobretudo preparar a Associação para as novas realidades económicas e sociais das Organizações do Terceiro Setor, quer a nível da qualidade da intervenção dos seus Colaboradores (Voluntários e Permanentes), quer a nível dos equipamentos postos à disposição da população.



JSM: Por que motivo não continuou como presidente?

PH: A razão principal que me impediu de continuar a ser Presidente da Direção ou pelo menos de me candidatar a esse lugar teve a ver com o facto de ter aceite um desafio profissional na cidade de Setúbal o que tornava impossível a dedicação necessária ao desempenho responsável da função.



JSM: Quer fazer algum comentário relativamente às acusações que lhe foram feitas por parte do Comandante Virgílio Borges?

PH: O Senhor Comandante Virgílio Borges acabou por nos dar razão pelo facto de termos decidido não responder às suas provocações eleitoralistas e desvariadas. Assim, optámos por defender publicamente a imagem da Associação, não trazendo para a Praça Pública assuntos do foro interno da Instituição e que só aos Associados devem interessar.

Esses assuntos podem e devem ser discutidos nos fóruns próprios, as Reuniões de Direção e as Assembleias-Gerais. A título de informação dizer que às primeiras deixou de aparecer em Setembro de 2013 e nas Assembleias-Gerais misturou habitualmente a sua posição de membro do Comando com a sua categoria de Associado, numa manifesta posição de conflito latente aos Órgãos Sociais eleitos.



JSM: Acha que esta “guerra” vai continuar agora com a nova Direção?

PH: A A.H.B.V.Seia deve guiar-se por princípios de legalidade e de sã convivência, orgulhando-se de possuir um trajeto histórico de mais de oitenta anos onde os interesses da Instituição foram sempre colocados acima dos interesses pessoais, pelo que cada um deve assumir responsavelmente a consequência da sua conduta e dos seus atos. Assim, como toda a pessoa de bom carácter e cumprindo o que um dia disse a um jornal local, bem como, interpretando o resultado das últimas eleições onde fazia parte da Lista derrotada, o Senhor Comandante Virgílio Borges irá, certamente, colocar o seu lugar à disposição da nova Direção ajudando, dessa forma a clarificar a questão, a bem da nossa Associação.



JSM: Visto que atualmente se encontra a trabalhar no Município de Setúbal isto não o afastará um pouco do trabalho que a Associação irá continuar a fazer?

PH: O cargo que assumi no passado dia 28 de fevereiro requer um conjunto de características que não passam, necessariamente, com uma presença física diária na Associação.

Além disso, foi-me dada a possibilidade de poder construir uma equipa para a Mesa da Assembleia-Geral que dá garantias de experiência, coesão e solidariedade, aspetos que reputo fundamentais para o exercício responsável da função e que no último Mandato andaram distanciados de alguns dos seus titulares.



JSM: Que mensagem deixa ao atual presidente, Pedro Sousa?

PH: Estou certo que a equipa presidida pelo Eng. Pedro Sousa tem perfeita consciência e capacidade para enfrentar os desafios que terão pela frente. Todavia, o Senhor Presidente da Direção e os restantes Companheiros sabem que poderão contar comigo para, humildemente, colaborar na definição de medidas tendentes ao engrandecimento da Instituição e sempre na defesa dos altos interesses nossa Associação.

Gostaria, também, de aproveitar a oportunidade para agradecer a todos quanto durante o último Mandato, de uma forma voluntariosa e abnegada, ajudaram a manter bem viva a história, a glória e a capacidade interventiva da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Seia. Depois, solicitar a todos os Associados que se unam em torno de um Projeto comum, evitando disputas estéreis que abundaram no último Mandato e que em nada beneficiaram o interesse coletivo, pois embora se entenda que existam opiniões divergentes não se percebe que um ambiente conflituoso seja a imagem de marca da Instituição.

Esta Associação não é uma organização de carácter político partidário, pelo que, após as eleições, todos os Associados se deverão unir em torno de um único plano de ação. Dizer por último que os desafios que se avizinham serão demasiadamente importantes para o futuro da nossa Associação pelo que deveremos evitar a todo o custo que se coloquem as vaidades pessoais à frente dos interesses coletivos.

Fonte: JSM