É oportuna a revisão do DL 249/2012, de 21 de Novembro, melhorando, e reforçando, alguns benefícios para os bombeiros, nomeadamente, no domínio da educação.
Mesmo que venha aí o cartão social do bombeiro, não se insistir nesta revisão mostra muito conformismo e alguma paragem.
Falo do impropriamente designado reembolso de propinas.
São tão poucos os verdadeiros benefícios, que é mais do que merecido que os bombeiros no activo e os filhos dos bombeiros falecidos, acidentados ou vítimas de doença ou invalidez contraída em serviço tenham direito ao "reembolso de propinas".
Só não é justo que os filhos de bombeiros com pelo menos 15 anos ( é uma enormidade estes anos todos!) de serviço só tenham direito a 50% do que aqueles recebem.
Esta distinção não promove o voluntariado, não estimula os que estão no activo e divide.
Também não me parece prudente que quem já tenha bolsas de estudo ou outro tipo de apoios escolares seja proibido de os acumular com o "reembolso de propinas".
As bolsas de estudo e outros tipos de apoios são para distinguir o mérito ou para contornar a insuficiência económica, este reembolso de propinas é para estimular o voluntariado, são coisas diferentes que não se devem misturar e é bom que não se confundam, para bem do voluntariado nos bombeiros.
Insistir nesta proibição é penalizar quem é voluntário e tirar gás a quem o pretende ser.
Por último, quando a ajuda máxima do Estado para as propinas é de 1 salário mínimo nacional e, em alguns casos, a sua metade, e quando o valor médio a pagar de propinas no ensino superior público é de 1.000 euros/ano e no ensino privado 4.000 euros/ano, só faz sentido chamar-se a este benefício subsídio/apoio reembolso de propinas, e nunca reembolso de propinas.
De outra forma, fomenta-se na opinião pública a ideia de que o Estado paga as propinas por inteiro, o que é uma redonda mentira, porque o que o Estado paga é só uma migalha, metade do que os bombeiros pagam no público e 1/8 do que pagam no privado.
Ou então que haja vontade e orçamento para reforçar os valores magros para números mais robustos e volumosos.
Porque sem social que baste, não há operacional que chegue!
Publicada por Zingarelho Rm
