O Protocolo LACES Pode Salvar Vidas - VIDA DE BOMBEIRO

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quarta-feira, 29 de abril de 2015

O Protocolo LACES Pode Salvar Vidas

Artigo de Segurança no Combate aos Incêndios Florestais, hoje iremos falar sobre os Princípios Básicos de Segurança, e, Protocolo de Segurança 'LACES'.

Existem 3 grupos de regras de segurança que mais frequentemente são utilizadas pelos operacionais:

AS 18 SITUAÇÕES QUE GRITAM PERIGO
 • Inicialmente eram 13, passaram a 16 e actualmente são 18.
• Redundância entre elas e geralmente num acidente observa-se o desrespeito de mais do que uma.

18 Situações que Gritam PERIGO:

1-Não foi realizado o reconhecimento do incêndio;
2-O incêndio evolui durante a noite em local desconhecido;
3-Não há zonas de segurança e caminhos de fuga identificados;
4-Não há conhecimento da meteorologia e dos factores locais que afectam o comportamento do incêndio;
5-Não há conhecimento das estratégias, tácticas e perigos;
6-Há instruções e tarefas pouco claras;
7-Há falta de comunicação entre as equipas e o comando das operações;
8-Se constrói linhas de contenção sem ponto seguro de ancoragem;
9-Se constrói uma linha de contenção numa localização com fogo abaixo dessa posição;
10-Se tentar atacar frontalmente um incêndio com grande intensidade;
11-Se existir combustível por arder entre a equipa e o incêndio;
12-Se não consegue ver o foco principal nem comunicar com alguém que consiga;
13-Se estiver numa encosta onde o material pode rolar e provocar focos secundários;
14-O ar torna-se mais quente e seco;
15-O vento aumenta de intensidade e/ou muda de direcção;
16-Se acontecerem projecções frequentes de partículas incandescentes;
17-Se o terreno e combustível tornarem difícil a fuga para zonas de segurança;
18-Se descansar perto da frente de incêndio;

Quando estas Situações se Observarem, o Perigo está Iminente

AS 10 REGRAS DE SEGURANÇA PODEM SER AGRUPADAS EM 3 CATEGORIAS

COMPORTAMENTO DO FOGO

Manter-se informado sobre as condições meteorológicas e da sua previsível evolução;
Manter-se sempre informado sobre o comportamento actual do incêndio;
Basear todas as acções de combate no comportamento actual e esperado do incêndio:

SEGURANÇA NO COMBATE

Identificar os caminhos de fuga e manter todos os elementos da equipa/grupo informados;
Colocar observadores quando há perigo previsível;
Manter-se alerta, calmo e actuar decisivamente;

ORGANIZAÇÃO

Manter comunicações com os operacionais no terreno, elementos de comando directo e intervenientes de outras organizações;
Dar instruções claras e assegurar-se que são compreendidas;
Manter todo o seu pessoal sob controlo a todo o instante;
Durante as operações de extinção a incêndios florestais, existem um conjunto de situações, das quais podem resultar em risco para os bombeiros, resumidas no LACES.
O conceito surgiu nos EUA em resultado da dificuldade que os combatentes evidenciavam em se lembrarem das 10 Normas de Segurança e/ou das 18 Situações que Gritam Perigo.

LACES reduz o número de princípios e exemplos de segurança num simples acrónimo, o qual é facilmente memorizado e de fácil implementação.

Protocolo de Segurança LACES

Este protocolo assenta em dois princípios básicos:
Deve ser estabelecido e conhecido por todos os bombeiros e estarem informados de como será usado;
Deve ser continuamente reavaliado à medida que as condições do incêndio vão mudando.
Os elementos que constituem este protocolo, fazem parte de um sistema de segurança, e devem ser implementados antes de iniciar o combate.
O acrónimo LACES deriva do original LCES. O (A) de Anchor points/Awareness foi introduzido em algumas partes dos EUA e Canadá, e adoptado de uma forma geral.

L(A)CES

Lookouts (Vigias)
Anchor points/Awareness (Pontos de Ancoragem/ Estado de Alerta)
Communications (Comunicações)
Escape Routes (Caminhos de Fuga)
Safety zones (Zonas de Segurança)

Lookouts (vigias)
• Vigias em locais estratégicos;
Preferencialmente de uma localização que permita a visualização em simultâneo do sinistro e dos combatentes.
• Tipologia;
Terrestres e aéreos (estes últimos têm uma visão privilegiada sobre o sinistro).
• Noções de comportamento do fogo;
No sentido de analisarem o ambiente do incêndio, e reconhecerem e anteciparem alterações no comportamento.
• Função;
Identificar e comunicar possíveis situações de perigo.

Anchor points/Awareness (Pontos de Ancoragem/ Estado de Alerta)
• Pontos de Ancoragem;
Locais seguros, nos quais as linhas de supressão devem ser iniciadas (ancoradas) de modo a garantir que numa eventual alteração do comportamento do incêndio, os combatentes possam sair em segurança dessa posição.
• Estado de Alerta;
Embora segundo este protocolo exista um ou mais vigias, todos os elementos que constituem uma equipa/grupo, devem estar em alerta permanente.

Communications (comunicações)
• Importância das Comunicações;
Todos devem ter consciência da importância das comunicações e não utilizar os canais rádio fora do enquadramento previsto.
• Sentido das Comunicações;
Quem comunica com quem? Dos vigias para a equipa/grupo e dentro e para fora da equipa/grupo.
• Tipo de informação;
Avisos sobre eventuais situações de fogo que possam colocar em perigo a equipa/grupo (ex. projecções, entrada do fogo num vale - efeito chaminé)

Escape Routes (Caminhos de fuga)
• Momento da sua definição;
Obrigatoriamente devem ser definidas antes de iniciar o combate e serem do conhecimento de todos.
• Quantas Alternativas;
No mínimo deve-se estabelecer duas alternativas e verificar se são viáveis.
• Análise do comportamento do incêndio;
A sua definição deve ser feita considerando sempre a pior situação de incêndio, e não só a actual ou passada.

Safety zones (zonas de segurança)
• Definição das Zonas de Segurança;
A identificação das zonas de segurança é feita antes de começar qualquer acção de combate e todos devem saber a da sua localização.
• Critérios de Selecção;
Deve-se escolher zonas sem combustível ou já ardidas e sem possibilidade de arderem novamente (não esquecer a verdadeira definição de zona de segurança).
• Influência do comportamento do incêndio;
A sua definição deve ser feita considerando sempre a pior situação de incêndio e a possibilidade de ocorrência de focos secundários.

Se todas estas regras forem cumpridas, no final do turno regressamos sãos e salvos.