A empresa Jacinto, líder nacional no fabrico de veículos para bombeiros faturou 16 milhões de euros em 2014 e exportou 60% dessa produção, tendo já conquistado este ano novos mercados na Jordânia, Líbia, Quénia, Moçambique e Emiratos Árabes.
Fundada em 1954, a empresa de Esmoriz, no concelho de Ovar, produz carros para combate a incêndio, ocupa hoje mais de 18.000 quadrados em Esmoriz, emprega 96 funcionários e é gerida pela quarta geração da mesma família.
"Em 2013 o nosso volume de negócios foi de 23 milhões e esse foi o nosso melhor ano de sempre", declarou à Lusa o diretor-geral da empresa, Jacinto Oliveira (Filho). "Mas, como o resultado líquido depende de a encomenda ser de um carro só com chassis - que vale um terço do veículo - ou de esse também ter a superestrutura atrás, as vendas são muito variáveis e 2014 até acabou por ser mais rentável", acrescentou.
Revelando que, no ano passado, a marca vendeu para o estrangeiro 154 veículos, Jacinto Oliveira garante que "a empresa está presente um pouco por todo o mundo" e anuncia: "Este ano já estamos a vender para países com Jordânia, Líbia, Colômbia e para Abu Dabi. Também estamos a tentar entrar no Peru e na Venezuela ".
Rejeitando sempre pedidos de produção para outras marcas, "para evitar que a empresa fique dependente de terceiros", a Jacinto já exportava residualmente em 2007, mas só em 2010 é que consolidou a sua estratégia de internacionalização.
"No início, em 1954, a fábrica era uma coisa pequenina e começou por especializar-se em bombas de poços e algumas alfaias agrícolas. Depois a empresa foi evoluindo e, em 1975, com o boom dos retornados, passou a desenvolver casas prefabricadas", conta o diretor-geral da Jacinto.
Seguiu-se em 1986 o desenvolvimento de uma viatura de combate a incêndios florestais com chassis Toyota Dyna, num protótipo com tração 4x4, e a partir daí a fábrica concentrou-se na produção automóvel específica para bombeiros, visando então apenas o mercado nacional.
"O afrouxamento das encomendas em 2005 é o que nos obrigou a entrar na Galiza, mas, como isso não evitou um certo declínio de atividade, em 2009 só havia duas hipóteses: ou passávamos a exportar, ou desaparecíamos", explica Jacinto Oliveira.
Engenheiro mecânico e bombeiro voluntário na corporação de Esmoriz, o empresário apostou então no "culto da marca", reorganizou as novas instalações da empresa, reformulou o horário laboral dos funcionários para que todos pudessem usufruir de folga na sexta-feira à tarde e começou a divulgar o produto da casa em feiras internacionais do setor.
Esse investimento começou a dar resultados em 2011 e o crescimento registado nas encomendas externas refletiu-se numa redefinição de prioridades, pelo que hoje 85% do volume de negócios da Jacinto se refere à produção de veículos e só o restante a reparação automóvel e serviço pós-venda.
Dos 9,6 milhões de euros exportados em 2014, a maior parte foi encaminhada para clientes de Espanha, França, Itália, Suíça, Chile e Líbia, sendo que a América Latina vem absorvendo uma grande parcela da faturação e a tendência é para essa ainda crescer.
"Para a Argentina vendemos mais de 100 veículos em 2012 e 2013", revela Jacinto Oliveira. "No Chile, que é um dos nossos mercados mais fortes neste momento, eles fixam os preços [em concurso] por quatro anos e agora estamos habilitados a vender para lá até 2019", acrescenta.
'Pick-ups' a uma média de 60.000 euros, carros de combate a incêndios florestais na ordem dos 140.000, viaturas para fogo urbano a 300.000 e veículos especiais a 400.000 são os principais produtos que a Jacinto tem em catálogo, para clientes como corporações de bombeiros, aeroportos, refinarias, portos e forças armadas.
Fonte: Lusa