Uma nova explosão foi registrada por volta das 23 horas nos tanques de álcool da empresa Ultracargo, na Alemoa, em Santos. O incêndio no local teve início às 10 horas desta quinta-feira (2). Segundo informações do sargento Filogonio, do Corpo de Bombeiros, oito tanques, todos de combustíveis, foram atingidos pelas chamas.
Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros, Marcos Palumbo, não há previsão de quando os trabalhos serão encerrados. "Nós (os brigadistas) não temos o controle sobre o fogo e o incêndio pode permanecer durante dias, não sabemos quantos. Eu nunca tinha visto um incêndio dessas proporções", afirmou. As causas do acidente ainda são apuradas.
Pelo menos 80 homens do Corpo de Bombeiros trabalham no local realizando o resfriamento da área, por meio do despejo ininterrupto de água em temperatura ambiente nas estruturas externas de todos os tanques atingidos. No entanto, em razão da alta temperatura no local, antes mesmo da água ser despejada, ela acaba evaporando, o que impede o combate às chamas, segundo informações da corporação.
Ainda segundo os bombeiros, uma das explosões percebidas no final da tarde desta quinta fez com que parte do combustível dos tanques vazasse, aumentando a intensidade do fogo. Em função disso, os bombeiros recuaram.
A segurança nas imediações do incêndio foi reforçada pela Polícia Militar, já que há informações de pessoas sendo assaltadas no entorno do viaduto da Alemoa, interditado pela Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI).
Ainda não é possível prever quando os trabalhos no local serão encerrados. Isso porque até a noite desta quinta-feira as labaredas alcançavam pelo menos 100 metros de altura. A caloria gerada pela área atingida, segundo apurou a Reportagem, chegava a 800 graus Celsius de temperatura, dentro de um perímetro de 5 mil metros quadrados.
Fumaça não é tóxica
De acordo com informações do coordenador da Defesa Civil, Daniel Onias, em razão do incêndio, a qualidade do ar no local está sendo monitorada em conjunto por equipes da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), Secretaria de Meio Ambiente de Santos e Defesa Civil do Estado de São Paulo. Formada por álcool, gasolina e diesel, a fumaça, neste momento, não é considerada tóxica.
Ainda segundo Onias, técnicos da Defesa Civil permanecerão no local durante toda a madrugada para monitorar o combate às chamas. "A nossa preocupação era a formação de uma fumaça tóxica. Mas, não há riscos, já que o incêndio atingiu apenas tanques de combustíveis. Para a segurança da população, a área permanecerá isolada e o tráfego nas imediações interditado".
Em nota, a Cetesb disse que pelo menos quatro tanques, com capacidade de 6 mil metros cúbicos cada, contendo álcool, gasolina e diesel, foram consumidos pelas chamas. O motivo do acidente não foi detectado até o momento.
A Cetesb informou que continua no local prestando apoio ao comando da operação, coordenada pelo Corpo de Bombeiros.
''A prioridade é manter a segurança na área e da população residente no entorno. O combate ao fogo continua e em paralelo acontece o resfriamento de 50 tanques, que integram o terminal. Os técnicos da Cetesb monitoraram os componentes orgânicos voláteis, estocados em área externa do parque de tancagem, onde nada de anormal foi detectado''.
A agência ambiental declarou ainda que a água residuária do combate às chamas, aparentemente, não apresenta contaminação. A nuvem de fumaça é alta e se dirige, em função dos ventos, para região das matas.
Sem poluentes
A Prefeitura, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, em conjunto com a Cetesb, informou, por volta das 22 horas desta quinta-feira (2), que ''os relatórios não indicam a presença de poluentes acima das características da área, o que resguarda o bem-estar das comunidades mais próximas. Mesmo assim, fiscais da Seman e Cetesb continuarão em monitoramento constante no local. Aos moradores está sendo solicitado que informem qualquer alteração na rotina''.
Segundo Vendramini, o combate às chamas ocorre de duas formas: resfriamento, com o lançamento de água nas laterais dos tanques, e o lançamento de espuma (um produto especial para etanol), para acabar com as chamas.
Os tanques contam com um sistema automático de combate a incêndio. Trata-se de uma mangueira que lança essa espuma no interior do tanque. Mas há o risco de, com a explosão, esse aparelho ter sido danificado. Por isso, estão lançando o produto com mangueira.
Fonte: http://www.atribuna.com.br/
