Bombeiros em "Guerra" vão Acabar em Demissões - VIDA DE BOMBEIRO

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segunda-feira, 6 de abril de 2015

Bombeiros em "Guerra" vão Acabar em Demissões

Dois motivos estiveram na base da conferência. Mensagem de tranquilidade para a população e esclarecer situações que a Associação considera não terem tido o devido tratamento jornalístico, no rescaldo à última assembleia geral. A direção dos Bombeiros está irredutível, referindo não existir meio-termo: “Há neste momento incompatibilidade total, não há comunicação. Ou sai a direção ou o sr. Comandante”.

A Direção da Real Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vizela (RAHBVV) realizou ao final da manhã desta sexta-feira uma conferência de imprensa, para passar uma mensagem de tranquilidade para a população, como forma de garantir a prestação do socorro, apesar das conhecidas divergências entre Comandante e Direção. Além disso, quis esclarecer assuntos que considera não terem recebido o devido tratamento jornalístico, no âmbito do rescaldo à última assembleia geral da RAHBVV.

“Esta direção tem recebido louvores devido à sua boa gestão e rigor nesta instituição e quem ler os jornais acha que está tudo mal cá dentro e isso não é verdade”, começou por referir o presidente João Ilídio Costa, referindo-se ao “pouco destaque dado pelo RVJornaL” ao relatório e contas 2014 e a aprovação por unanimidade da distinção de um associado Jorge do Carmo, como sócio benemérito que será distinguido no aniversário da instituição, a 10 de maio.

Indisciplina e desconhecimento da realidade

Para João Ilídio Costa, reina nesta altura no quartel “a indisciplina, o desconhecimento o que leva à desmobilização dos bombeiros”, estes são os objetivos que a direção entende que Paulo Oliveira não cumpriu enquanto comandante. João Ilídio Costa apontou outros, nomeadamente a falta de reuniões com a direção, tal como dizem as regras internas da casa, três por ano. “Nunca a sirene tocou tantas vezes por dia”, acrescentou, citando Joaquim Rebelo Marinho, candidato à Liga de Bombeiros: “Os bombeiros são uma força de proteção e nessa condição não podem dar-se ao luxo de serem protagonistas de casos de indisciplina, insubordinação e de revolta mesmo que lhes possa assistir razão”. “Não venham dizer que a culpa é da Direção porque não temos nada a ver com o corpo de bombeiros”, atirou o presidente. “Há desobediências graves. A não recondução foi decidida a 02 de Dezembro. Em março, o sr. comandante quis incendiar, quando na verdade lhe demos um ano para ele corrigir, rectificar o que não estava bem e nada aconteceu”. Nesta altura aguarda-se a formação da Comissão Arbitral que irá decidir o futuro do comandante, na instituição, até ao dia 02 de maio, depois da Direção não ter renovado vínculo com Paulo Oliveira e do próprio ter apresentado recurso.

 Ou sai a direção ou o comandante

 Que posição assumirá a direção de João Ilídio Costa caso a Comissão Arbitral decida a favor de Paulo Oliveira? “Há incompatibilidade total entre Comando e Direção, sem comunicação possível. Ou sai o Comandante, ou sai a Direção”, respondeu o responsável, garantindo que a situação será ponderada para que a RAHBVV não caia em vazio directivo. O mandato termina em dezembro. Logo após ser tornada pública a decisão da Comissão Arbitral, a Direção irá reunir o corpo ativo para abordar o futuro. Caso a Comissão dê razão à Direção, o presidente não vê problema no facto da corporação ficar sem comandante, dando exemplo de outros quartéis na mesma situação.

 Presidente diz que Comandante sabia da petição

 Na última sessão foi entregue uma petição à Mesa com 84 assinaturas, em defesa da continuidade do Comandante. Um número que a direção entende como pouco significativo uma vez que o total de bombeiros, é de 198, incluindo os que se incluem nos Quadros de Reserva e de Honra. Também aqui, referiu-se aos jornalistas no que à composição do auditório na noite da assembleia diz respeito. O RVJornal descreveu o auditório como repleto, maioritariamente composto por bombeiros. Mas a direção não concorda: “Cerca de ¼ da assembleia não era bombeiros, outro ¼ eram bombeiros que não assinaram a petição. Isto é uma prova evidente que não houve uma movimentação geral conforme as pessoas dizem. Houve alguns mandantes, sem dúvida, e há os que os seguem e por vezes são pressionados a fazer o que não querem. Alguns bombeiros quiseram desistir da petição e não lhes foi permitido”, disse João Ilídio Costa que teve ao seu lado toda a sua equipa diretiva.

Disse ainda que não é verdade que Paulo Oliveira tenha ficado surpreendido com a petição, justificando com comentários nas redes sociais, de bombeiros, que terão indicado ter havido intervenção do comandante na mobilização dos soldados da paz, na última assembleia. “Isto foi tudo planeado”, disse. Uma petição que João Ilídio Costa considera tardia e mal redigida, uma vez que não estaria dirigida a nenhuma estrutura directiva.

João Ilídio Costa falou ainda das afirmações que considera “gravíssimas” na última assembleia, proferidas por Rogério Caldas, ex-comandante da corporação e ex vice presidente da atual direção, dirigidas ao presidente da Mesa, a quem acusou de falta de isenção no caso do Comandante.

O mandato de João Ilídio Costa chega ao fim em dezembro deste ano. Caso a Comissão Arbitral decida a favor da Direção, ditando a saída de Paulo Oliveira do comando, João Ilídio Costa sente-se motivado para avançar para outro mandato? O presidente dos Bombeiros respondeu: “Será um assunto devidamente analisado. Não tenho interesse nenhum em me recandidatar mas se houver instabilidade na associação e se se impuser a minha recandidatura, irei fazê-lo”.

Fonte: Radio Vizela