Os representantes das 21 associações de bombeiros voluntários e das 7 câmaras que têm corpos de bombeiros municipais que estiveram presentes na Assembleia Geral da Federação de Bombeiros do Distrito de Santarém (FBDS), realizada na sexta-feira, 17 de abril, chumbaram as contas da instituição referentes ao ano de 2014.
A confirmação foi dada à Rede Regional por Carlos Gonçalves, presidente da instituição desde novembro do ano passado, que explicou que os filiados presentes respeitaram a opinião do Conselho Fiscal da FBDS, que apresentou um parecer desfavorável à aprovação das contas por considerar que havia vários aspectos por explicar.
Paralelamente ao veto das contas, a assembleia decidiu contratualizar com um Revisor Oficial de Contas (ROC) a elaboração de um relatório técnico sobre a situação financeira da federação, de forma a esclarecer muitas das dúvidas existentes.
Carlos Gonçalves lamenta que da anterior direção presidida por Diamantino Duarte, responsável pelas contas até ao mês de novembro, ninguém tenha aparecido na assembleia, de forma a esclarecer as duvidas suscitadas sobre vários assuntos, incluindo uma série de bens reportados no imobilizado da federação mas que ninguém sabe onde se encontram.
Apesar de várias fontes ligadas aos bombeiros terem referido à Rede Regional que o clima da assembleia geral foi quente, com vários comandantes a questionarem a gestão da anterior direção, Carlos Gonçalves, embora reconhecendo divergências que fizeram com que a reunião se prolongasse por várias horas, quis deitar águia na fervura dizendo que "a situação vai caminhando para a normalidade" e que "o tempo é conselheiro da razão".
Transporte de doentes continua uma dor de cabeça
A situações com o transporte de doentes do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), que levou inclusivamente os bombeiros de Constância a pararem as 23 ambulâncias de transporte por alegada falta de pagamento, continua a ser o maior problema da Federação.
Carlos Gonçalves, que era comandante dos bombeiros da Barquinha e agora dirige a corporação de Tomar, revelou que a central de comunicações que faz a ligação com o CHMT (e que estava no quartel dos bombeiros de Constância) foi mudada para as instalações dos Bombeiros de Torres Novas no início deste mês, tendo sido reduzido o número de funcionários afectos ao serviço e feita uma nova redistribuição dos transportes.
O presidente da federação diz no entanto que é necessário equacionar todo o sistema, que é mal pago e em que alguns serviços acabam por não ser rentáveis. Carlos Gonçalves explica que os serviços só são pagos entre a casa do doente, o hospital e o regresso, ficando de fora o tempo e os quilómetros que as ambulâncias necessitam para ir do quartel até à casa do doente e dai de novo de regresso ao quartel.
"Há serviços que duram três horas e em que se recebem 10 ou 11 euros", incluindo combustível e salário do motorista, refere o dirigente, explicando que a Federação contratou uma empresa especializada que está a fazer um estudo sobre a viabilidade do negócio.
A Rede Regional tentou falar com o ex-presidente, Diamantino Duarte, mas tal não foi possível até à publicação da notícia.
Fonte: Rede Regional