Rebelo Marinho: "A FEB" - VIDA DE BOMBEIRO

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quarta-feira, 11 de março de 2015

Rebelo Marinho: "A FEB"

Portugal não foge à regra, e como todo os países, precisa de ter ao seu dispor uma força especial de intervenção, em acidentes graves e catástrofes e em outras missões de protecção civil.

O País precisa de uma força profissional, especializada, formada, treinada e com um elevado grau de prontidão para uma intervenção musculada, em cenários bem tipificados, no território nacional ou fora dele.

Sem qualquer tipo de dúvida ou preconceito, essa é uma necessidade nacional, e não vale a pena, com discursos balofos e pífios , andarmos a correr atrás do prejuízo.

Já há, hoje, em Portugal, uma força com esse perfil, a Força Especial de Bombeiros Canarinhos, a FEB, criada por Despacho do Secretário de Estado da Protecção Civil, nº 22396/2007,de 26 de Setembro.
Uma força especial, e não uma força de elite, como, desinformados, uns, mal informados, outros, e informados bem demais, alguns, todos querem, e preferem, perversamente, e por vaidade e vã glória, designá-la.

O País precisa, e deve ter, uma força especializada, nomeadamente, em operações de busca e salvamento em estruturas colapsadas, escoramentos, deslizamento de vertentes, cheias e acidentes com matérias perigosas, entre outras.
Uma força que garanta o reforço da capacidade no ataque ampliado aos incêndios florestais.

Não reconhecer isto, é desconhecer a realidade e prestar um mau serviço à comunidade, mas também só não reconhece esta evidência quem sofre de males corporativos tacanhos e não se importa de viver dos fantasmas do passado, um passado que, felizmente, já foi e já não volta.

Uma força que integre em exclusivo as brigadas helitransportadas.
Uma força que tenha bases distritais e assegure a cobertura do território nacional.
Uma força que não duplique as missões confiadas aos "bombeiros azuis" e não seja sua concorrente.
Uma força, com canais hierárquicos bem definidos e relações de dependência claras e directas, e não como acontece hoje, dependente hierárquica e operacionalmente do Presidente da ANPC, e  os seus comandantes a reportarem ao Director Nacional de Recursos de Protecção Civil, ao Director Nacional de Bombeiros e ao Comandante Operacional Nacional, não será gente a mais, a atrapalhar, e muitos "galos" para tão poucos "poleiros"?

Uma força recrutada nos Bombeiros, cujos elementos tenham vínculo ao Estado, mais que não seja com contratos individuais de trabalho, abandonando a situação caricata de estarem “pendurados” na Escola Nacional de Bombeiros e de esta ser a sua virtual entidade patronal, quando não tem rigorosamente nada a ver com a FEB, salvo ser a sua enorme, disforme e volumosa “barriga de aluguer”.
Uma força do Estado, cujos elementos dependam, apenas e só, da tutela, e não multipliquem esta confusão que para aí vai de dependerem dos comandos da ANPC e ao mesmo tempo do comando do CB a que pertencem, muitas vezes, não estando às suas ordens e não sendo os melhores exemplos para os seus companheiros.

Esta força só pode ser integralmente profissional, disponível ao minuto, bem treinada e com formação multidisciplinar avançada.

Se o País precisa de uma força desta natureza e com este perfil, venha ela, e o Estado deve assumi-lo sem rodeios, contratualizando directamente com os seus elementos, sem se esconder nas costas de terceiros, que lhe fica mal e não honra mesmo nada os seus propósitos e intenções.
Mas confesso que acho uma piroseira, um País como a dimensão do nosso, reconhecida a necessidade e depois de anos e anos sem nenhuma força, pretender, e teimar, ter mais que uma.
É a rcorrente foleira mania das grandezas e o histórico vício do umbigo dilatado.

Por último, pretender, como já vi escrito em papéis oficiais, que guardo para memória futura, que a FEB deixe de se chamar de Bombeiros, e passe a chamar-se Força Especial de Protecção Civil, só pode ser consequência de uma noite mal dormida ou de um jantar mal digerido, e é um valente tiro no pé.

E uma proposta deste jaez só é possível por visão estratégica a menos e visão paroquial a mais.

Se puderem, entretanto, façam o favor de ser felizes!

O Zingarelho