Presidente do INEM em Risco de Ser Demitido - VIDA DE BOMBEIRO

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sexta-feira, 6 de março de 2015

Presidente do INEM em Risco de Ser Demitido


O Ministério da Saúde vai aguardar pelas conclusões do inquérito da Inspecção Geral de Saúde para decidir o futuro do INEM. Em causa o desvio de uma ambulância com uma doente grave para substituir equipas.

Questionado pelo JN sobre se mantém a confiança no presidente do INEM e sobre as medidas que vai tomar no caso ocorrido na segunda-feira em Gaia, o Ministério da Saúde respondeu, por escrito, que aguarda as conclusões do inquérito da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS).

 O Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE) apresentou uma queixa à IGAS pelo desvio de uma ambulância que transportava uma doente grave para que a mulher do presidente do instituto-enfermeira da viatura médica fosse substituída e pudesse entrar a horas no Hospital de Gaia.

O episódio ocorreu na segunda-feira, pouco depois das 13 horas. A VMER de Gaia acompanhava uma ambulância com uma doente prioritária para o Hospital de Santo António, no Porto, quando, segundo o sindicato, "a ambulância teve de parar numa passagem de nível fechada e a condutora da VMER (enfermeira e mulher do presidente do INEM) decidiu alterar a rota para que a equipa fosse rendida".

Em vez de seguirem de imediato para o Santo António, onde a doente era seguida, fizeram um desvio de oito quilómetros até à rotunda de Vila d Este (Gaia), onde foi feita a troca. No local estava o presidente do INEM que, de acordo com o STAE, terá transportado "a equipa que ia substituir a da sua mulher".

O STAE acusa o presidente do instituto de "conivência" num caso que resultou em atraso no socorro à doente.

"Sendo a doente considerada prioritária, nunca poderia existir qualquer tipo de desvio do percurso, dado que se corria o risco de sofrer consequências mais graves", refere o STAE na queixa.

Ontem a comissão de trabalhadores que também repudiou o episódio, ultimava uma queixa à IGAS.

O presidente do INEM reagiu, ontem às criticas, anunciando que vai avançar com processos-crime contra quem o acusa de atrasar uma operação de socorro. Paulo Campos lamentou o envolvimento da sua família e descartou responsabilidades da mulher.

"Se há uma decisão de troca equipa, esta é da responsabilidade do médico no local e não do enfermeiro", referiu, acrescentando que estiveram "dois médicos envolvidos na troca de equipa e que garantem que não houve qualquer atraso".

O Centro Hospitalar de Gaia/Espinho, responsável pelas equipas da VMER, adiantou ontem ao JN, que "a rendição entre equipas de emergência pode verificar-se por questões clínicas, organizativas e dinâmicas, nunca se comprometendo a assistência e a situação clínica do doente". E conclui, assegurando que "em momento algum os cuidados à doente foram comprometidos".

Fonte: JN