«Qualquer areia que possa surgir será triturada e reduzida a pó»
Os novos órgãos sociais, para o triénio 2015-2017, da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Seia tomaram posse no passado dia 28 de Fevereiro. Pedro Sousa assumiu a presidência da direcção, sucedendo a Paulo Hortênsio, que transitou para a Assembleia Geral.
Pedro Sousa começou por agradecer a todos os que «confiaram» na sua lista para governar «este enorme navio, quase uma arca de Noé, que a todos transporta». Aproveitou para enaltecer o «excelente trabalho» realizado pelos seus antecessores, permitindo que «apesar de várias controvérsias e muita turbulência que apanharam» não desistiram e responderam com eficácia às solicitações da Instituição».
Depois dos tempos conturbados, vividos entre o comandante Virgílio Borges e a anterior direcção, Pedro Sousa apela à união de todos porque «todos, mas mesmo todos, seremos poucos para tanto trabalho que ainda há por fazer», solicitou.
O novo presidente da direcção dos Bombeiros considera que «é muito desafiante» liderar uma Associação Humanitária, da qual depende o socorro dos outros. Como marinheiro que foi, Pedro Sousa tem consciência que «haverá momentos de bonança mas também de tempestade», apostando no «treino e na preparação» para que esses desafios sejam «brilhantes e triunfantes».
Como recado interno, o dirigente avisou que «caberá aos novos órgãos sociais o trabalho de prevenção para que todo o corpo activo possa desempenhar de forma adequada o seu socorro. Será este o nosso binómio de trabalho: prevenção e socorro, que depois de oleado criará uma inércia em todas as engrenagens que compõem esta Instituição». Atreveu-se mesmo a dizer que «qualquer areia que possa surgir será triturada e reduzida a pó. Esta é uma máquina que não pode parar e não parará», disse.
Paulo Hortênsio destacou o «papel fundamental» da mesa da Assembleia-Geral cessante, sobretudo na forma como conseguiu, «perante um tumulto autêntico que invadiu esta casa, levar a bom porto a sua missão nobre de enquadrar e dignificar os órgãos sociais, as funções e sobretudo a missão de uma Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários». Salientou que as pessoas têm que ter «humildade» e «dignificar» os lugares que ocupam, porque se assim for «a sua missão é claramente positiva para as populações», a razão primeira da existência de uma Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários.
Considera que «um novo ciclo se abre» com o resultado das últimas eleições, e que o mandato deve ser baseado na «serenidade, solidariedade, lealdade, amizade, responsabilidade e, sobretudo, no garante da operacionalidade deste corpo de bombeiros». Como presidente da Assembleia-Geral «tudo farei para fazer e honrar a história» de mais de 80 anos da Associação, disse.
Paulo Pina, presidente da União das Freguesias de Seia, São Romão e Lapa dos Dinheiros, agradeceu às equipas de Paulo Hortênsio «todo o empenho» que teve ao longo dos anos, executando os mandatos com «muita coragem» e «muita convicção». Como nenhuma associação vive sem pessoas, apelou a que as diversas facções se unam e «passem todos para o mesmo lado, para trabalharmos em conjunto», um apelo que deixou também aos líderes políticos.
Equipamentos individuais de protecção distribuídos em Maio
Paulo Amaral, presidente da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda, promete «disponibilização total» de recursos à nova direcção e aproveitou para anunciar em primeira mão, depois de uma reunião com a CIM das Beiras e Serra da Estrela, que os equipamentos individuais de protecção «foram adjudicados», salvo as botas e as luvas «porque o concurso ficou deserto». Foi-lhe prometido que os equipamentos deverão estar disponíveis em Maio, antes da fase Bravo de combate a incêndios florestais.
Cristina Sousa, vice-presidente da Câmara Municipal de Seia, frisou que os «tempos difíceis» em que vivemos obriga a que «tenhamos que nos adaptar às novas realidades e gerar sinergias», salientando o papel da Associação Humanitária que «extravasa hoje largamente o âmbito da protecção e do socorro», como são disso exemplo algumas das inciativas culturais, recreativas e desportivas que promove e participa.
Salientou que o Município «tem sabido interpretar de forma séria, inequívoca e conveniente os vossos anseios e as vossas ambições» e apesar das dificuldades sentidas «tem colaborado muito de perto», prometendo a autarca continuar a investir nas pessoas «porque são elas o nosso maior activo». «Esta Instituição espelha muito bem, tem pessoas com capacidade e conhecimentos, bombeiros bem preparados e qualificados mas precisam cada vez mais de melhores equipamentos e instalações, para responder com maior eficácia às crescentes exigências e solicitações da comunidade», frisou.
A esse propósito adiantou que o Centro Municipal de Operações de Socorro, que está a ser construído no Aeródromo Municipal, «espelha bem essa aposta que queremos continuar a ampliar, estabelecendo novas formas de cooperação com os Bombeiros Voluntários de modo a melhorar a sua capacidade de intervenção e assegurar os serviços de protecção civil».
A equipa de Pedro Sousa é ainda constituída por Filipe Clara (vice-presidente), Jorge Pinto (tesoureiro), Nuno Miguel Fernandes (secretário), Ana Paula Figueiredo (secretário-adjunto), pelos vogais Manuel Quirino e Vera Mónica Mendes e pelos suplentes José Guilherme Clara e Cláudia Cardoso. A Assembleia-Geral é presidida por Paulo Hortênsio, por José Alves (vice-presidente), Fernando Neto (secretário) e pelos suplentes Fernando Cunhal e José Guilherme Nunes. Fazem parte do Conselho Fiscal, José Manuel Ferrão (presidente), José Carlos Capucho (vice-presidente), Fernando Melo (secretário relator) e os suplentes Ana Paula Oliveira e Rui Borges.
Fonte: Portal da Estrela