Terão sido as inúmeras voltas que deu com o Mitsubishi Lancer em caminhos florestais, de terra batida, que causaram o incêndio que, no domingo à noite, causou a morte a Jaime Sousa, de 64 anos, encontrado carbonizado, dentro do seu carro, queimado, em Vila Seca, Barcelos.
Esta é pelo menos a convicção da Polícia Judiciária de Braga, que, nas primeiras perícias que fez ao carro e ao local, não encontrou indícios de crime. No entanto, o resultado da autópsia, a realizar durante o dia de hoje, será fundamental para a investigação. O amigo que também seguia no carro conseguiu salvar-se, mas deixou Jaime Sousa para trás para ir procurar ajuda.
O homem, que estava alcoolizado, foi interrogado pela Polícia Judiciária ainda durante a noite. Contou que se perderam pelos caminhos, por já ser de noite, e que ao tentar fazer marcha atrás o carro se incendiou. Para a família da vítima, que residia em Estela, na Póvoa de Varzim, a única coisa que não bate certo é o facto de o carro ter ardido por sobreaquecimento.
"Acho muito estranho que o veículo tenha explodido sem haver qualquer embate ou colisão", disse ontem ao CM Rogério Sousa, um dos quatro filhos de Jaime Sousa. O carro, a gasolina e com matrícula de 1997, que ardeu por completo no domingo à noite, está à guarda da Judiciária de Braga para peritagem. O veículo, usado apenas pelo condutor, tinha sido reparado há poucos meses após um acidente de viação.
"Gostava de saber como foi lá parar"
Para a família de Jaime Sousa, as circunstâncias da sua morte ainda não estão claras. O filho foi o primeiro a ser alertado pelas autoridades e foi de imediato para o local. Estranha o facto de o pai ter entrada com o carro naquele caminho. "Só tratores é que passam ali, por isso gostava de saber como é que ele foi lá parar", questiona Rogério Sousa. O filho do ex-emigrante entende que o amigo do pai "tem explicações a dar". "Deviam apertar com ele", diz.
Fonte: CM