Caso do Comandante "Incendiou" Assembleia dos Bombeiros de Vizela - VIDA DE BOMBEIRO

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sábado, 28 de março de 2015

Caso do Comandante "Incendiou" Assembleia dos Bombeiros de Vizela

Quatro horas de assembleia, troca de acusações e um ambiente tenso, com auditório repleto. Tudo em torno do caso que está a marcar a Real Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vizela, e que se prende com a não renovação do cargo de Paulo Oliveira, no comando do corpo ativo.

Uma sala repleta, maioritariamente composta por bombeiros que quiseram demonstrar apoio ao comandante, apontando o dedo à direção de João Ilídio Costa pela falta de investimento no quartel, o que faz com que, nesta altura, os soldados da paz se sintam descontentes com a falta de equipamentos de proteção individual, com o estado das camaratas ou da sala de convívio.

E se anteriormente se falava que Paulo Oliveira não reunia simpatia junto do seu corpo ativo, desta vez, o mesmo corpo apresentou à Mesa, uma petição assinada por 84 bombeiros onde defendem a continuidade do comandante, que chegou a ser aplaudido numa das vezes que tomou da palavra. Paulo Oliveira que tinha consigo na sessão a equipa de comando. Recorde-se o processo de não renovação da sua continuidade no cargo prossegue. A direção justificou a sua decisão, Paulo Oliveira recorreu da decisão e, nesta altura, aguardam-se as nomeações de dois representantes, da Liga de Bombeiros e da Autoridade Nacional de Proteção Civil, para, junto com o presidente da Mesa, Cipriano Alves, formarem a Comissão Arbitral que vai decidir o futuro do comandante.

Nesta sessão, nem Cipriano Alves, presidente da Mesa da Assembleia, escapou às críticas. E os ânimos exaltaram-se quando Joaquim Batista, em nome de 84 bombeiros, quis entregar a petição à Mesa, e Cipriano Alves referiu que a mesma devia ter sido entregue em tempo útil e não agora, quando o processo já vai a meio. Mas as declarações do presidente da Mesa não agradaram à plateia. Apesar de garantir que a petição ficaria registada em ata, Rogério Caldas, antigo comandante, questionou a razão do bombeiro não poder, mesmo assim, entregar o documento, referindo ainda que Paulo Oliveira já estaria a perder na Comissão Arbitral uma vez que na carta da Direção a dispensar os serviços do comandante, decisão aprovada de forma unânime, constava também a assinatura do presidente da Mesa da Assembleia Geral.

Cipriano Alves não aceita as acusações assegurando que sempre teve um papel de mediador do processo: “Eu estava lá nessa reunião e só tinha que assinar para comprovar que tinha tomado conhecimento (…) era apenas a intenção da direção. O sr. comandante sabe que tivemos muitas reuniões e sempre fui mediador para a resolução, nunca tomei partidos”. “Fui agora acusado por não ser isento, tenho que defender a minha honra”, disse ainda, condenado o facto dos documentos do processo terem sido tornados públicos.

Cipriano Alves defendeu que este devia ser um problema para resolver entre direção e comando para evitar este tipo de episódios e a divisão do corpo ativo, que, na sua opinião, “tardou na reação em defesa do comandante”.

 João Ilídio Costa refere que bombeiros agiram tarde

 O ambiente é de instabilidade e de tensão entre corpo ativo e direção da Real Associação Humanitária de BVV mas o presidente João Ilídio Costa acredita que não está em causa o serviço prestado pelos soldados da paz à população, desvalorizando posições exaltadas na sala, ontem à noite.

Este tipo de situações degrada o ambiente interno e João Ilídio Costa acredita que os bombeiros “acordaram tarde”, devendo acompanhar mais de perto todas as Assembleias Gerais. O presidente foi mais longe ao afirmar que “há gente interessada em destabilizar o quartel”. “Até agora as pessoas andaram a dormir”, acrescentou.

Sobre a falta de condições e de conforto para os soldados da paz, denunciadas pelos próprios na sessão, João Ilídio Costa relembrou que o Plano de Resolução que “inclui obras de melhoramento e aquisição de equipamento” foi apresentado no Plano e Orçamento, em novembro, também em assembleia. “Se acompanhassem, saberiam”. “Primeiro quisemos dar sustentabilidade a esta casa, agora sim, está na hora de investir”.

 Paulo Oliveira surpreendido com gesto do corpo ativo

 Em declarações à Rádio Vizela, no final da sessão, o comandante Paulo Oliveira demonstrou-se surpreendido com a petição em sua defesa dizendo sentir que o corpo ativo está agora mais unido: “O socorro nunca estará em causa, temos que encarar as coisas com calma. Sinto-me sensibilizado com esta petição e se calhar, neste momento, o corpo ativo está mais unido que nunca”. Paulo Oliveira falou ainda sobre alegadas pressões no processo de recolhas de assinaturas para a petição.

Diz que vai aguardar serenamente pelo desenrolar do processo, que pretende levar “até às últimas consequências” e diz não entender a demora no investimento da parte da direção, quando a instituição está estável financeiramente. A RAHBVV apresentou um Relatório e Contas de 2014 com um resultado líquido de 70 mil 785 euros. Foi aprovado por maioria, com duas abstenções.

Fonte: Radio Vizela