Nos Bombeiros de Seia Não Pode Valer Tudo! - VIDA DE BOMBEIRO

______________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Nos Bombeiros de Seia Não Pode Valer Tudo!

Pensava que depois de tornado público, nas cerimónias dos 80 anos da Associação e publicado na edição do jornal Porta da Estrela, de 16 Junho de 2014, das dificuldades que o Comando e o Corpo de Bombeiros vinham a passar, a Direcção alteraria o seu comportamento e fornecia alguns dos equipamentos e pareceres que lhe foram solicitados porque poderá estar em causa a prestação do socorro, a segurança dos Bombeiros e a reorganização dos serviços, mas continua-se à espera: 

A revisão e prova hidráulica de aparelhos respiratórios, baterias para lanternas e rádios de comunicação (equipamentos essenciais para a protecção dos Bombeiros); Mochilas para primeiros socorros; Ambulâncias todo-o-terreno; Calças de protecção (Nomex); Parecer sobre o Quadro de Especialista, que se aguarda desde Junho de 2014, necessário para o recrutamento de novos elementos e para a reestruturação dos actuais quadros de pessoal; etc., etc..

Tudo se pode constatar em documentação remetida à Direcção com as necessidades para 2012, 2013, 2014 e já para 2015.

Mas depois da demissão, a seu pedido, dos Senhores Presidente e Vice-Presidente da Assembleia Geral e do Senhor Vice- Presidente da Direcção, se antes não estavam bem, agora vale tudo!

Quem como nós se dedica ao socorro, a servir uma População sabe das dificuldades que no quotidiano surgem, sabem daquilo que falo, mas as dificuldades serem acrescidas por alguns daqueles que foram eleitos “A Direcção” que deveriam respeitar a sua palavra e os Estatutos da Associação, que no seu artigo 3.º dizem: “A Associação tem como escopo principal a protecção de pessoas e bens, designadamente o socorro a feridos, doentes ou náufragos, a prevenção e a extinção de incêndios, detendo e mantendo em actividade, para o efeito, um corpo de bombeiros voluntários, com observância do definido no regime jurídico dos corpos de bombeiros e demais legislação aplicável” mas ao invés tentam dificultar as tarefas e o socorro.

Em meu entender estas atitudes podem configurar crime e não posso deixar de me interrogar, que altruísmo é este, que causa estão a defender? Como se não bastasse, recentemente, o Sr. Presidente da Direcção Dr. Paulo Hortênsio alegou irregularidades e insegurança de um veículo “Veiculo Socorro Assistência Técnica – VSAT”, essencial nas ocorrências de acidentes de viação e desabamentos, o veículo que foi adquirido e legalizado por uma Direcção presida pelo actual Sr. Presidente, o que agora vem alegar as irregularidades.
Claro que de imediato, e preventivamente, o veículo ficou inoperacional e aguarda-se, do Sr. Presidente Dr. Paulo Hortênsio, fundamentação de tais afirmações para as posteriores diligências.

Contudo, o socorro à População ainda não está comprometido: O Corpo dos Bombeiros, perante quem me curvo, tem respondido com grande profissionalismo e sentido de responsabilidade; Algumas alterações foram introduzidas no parque dos veículos e equipamentos e, se necessário, a disponibilidade dos Bombeiros mais próximos, que sempre que solicitados com um ou outro equipamento, tudo se tem resolvido em benefício daqueles que nos movem, que é a População.

É muito importante que se diga que os Bombeiros trabalham em rede, com espírito de entreajuda e sempre que necessário estamos a responder com equipamentos ou pessoal, hoje por nós amanhã por eles, derrogando o bairrismo doentio/bacoco que já é coisa do passado.

Resistindo a todo o tipo de pressões continuo num percurso de rigor, porque no socorro não pode haver facilitismos, mas as coisas não estão fáceis e antevejo dias complicados.

Aos Bombeiros só tenho pedido, se quiserem exigido, e não tenho nada para lhes dar, sei que não estão à espera de nada, se uns compreendem, outros nem tanto e nem todos estão à altura de separar os deveres do socorro com os deveres associativos. Servir num Corpo de Bombeiros tem regras muito rigorosas, quer para os Bombeiros quer para quem os Comanda, mas de quando em vez sabe bem um mimo!

No final do ano passado os Bombeiros organizaram-se e confraternizaram com outro Corpo de Bombeiros da Região, pediram-me o transporte para se deslocarem à localidade dos Colegas Bombeiros, como se tratava de um grupo solicitei a cedência do autocarro da Associação à Direcção, não só não foi cedido como ainda me proibiram de lhes ceder quaisquer dos veículos que estão ao serviço do Corpo de Bombeiros.

Foi um empreiteiro da nossa Terra que lhes cedeu uma carrinha e com recursos aos veículos particulares de cada um, lá foram confraternizar.
Sirvo o Associativismo nos Bombeiros há mais de 42 anos, confesso que não me passava pela cabeça que tais comportamentos fossem possíveis, estamos para servir e não para nos servir, e é em final de carreira que as maiores dificuldades me têm surgido.

Enquanto Comandante tento procurar manter um Corpo de Bombeiros competente, coeso e defender os seus interesses, o que não está a ser fácil…, garantir a prestação do melhor socorro, responder perante a População e a Autoridade Nacional de Protecção Civil.
Alguns Srs. Directores deveriam respeitar-se, cumprindo a sua palavra e os Estatutos da Associação, em especial os FINS que constam no artigo 3.º e responder aos Sócios que os elegeram, mas vale tudo!
Enganam-se aqueles que pensam silenciar o Comandante e asfixiar o Corpo de Bombeiros.

Pode mudar a Equipa do Comando, mas não mudam as Leis e Regulamentos, estarei vigilante e não hesitarei em recorrer às Instâncias competentes para defender os interesses dos Bombeiros, da Associação e de quantos dependem de ambos (Corpo dos Bombeiros e Associação).

Aos Utentes/Doentes que me têm abordado na rua, queixando-se de que não foram ou chegaram atrasados às consultas ou tratamentos, volto a pedir que manifestem o seu descontentamento por escrito, trata-se de um serviço coordenado pela Direcção da Associação e sobre o qual não tenho competência. As minhas competências são as que resultam da Lei e terminam à porta do Hospital. Aquele serviço (serviço diverso) não é das minhas competências. A primeira deliberação, logo a seguir ao Acto de Posse da actual Direcção, foi destituir o Coordenador do Serviço de Transporte de Doentes em exercício e que anteriormente tinha sido proposto pelo Comandante, a quem foi comunicado, telefonicamente, durante a noite a sua destituição e que se deveria apresentar logo de manhã para conduzir/transportar doentes para Coimbra.

As desculpas aos que de uma forma ou de outra foram prejudicados, mas só denunciando por escrito ou no livro de reclamações se poderá melhorar o serviço.

Virgílio Borges

N.D. O Porta da Estrela tentou obter uma reacção por parte da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Seia mas Paulo Hortênsio apenas referiu: “não alimento guerras dentro da Associação”. De referir que as eleições estão marcadas para 27 de Dezembro.

Fonte: O Portal da Estrela