Mais Uma Morte nas Urgências do Garcia de Orta Após 9 Horas de Espera - VIDA DE BOMBEIRO

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domingo, 18 de janeiro de 2015

Mais Uma Morte nas Urgências do Garcia de Orta Após 9 Horas de Espera

Imagem Ilustrativa 


Filho de idosa diz que mãe “foi deixada ao abandono numa maca de um corredor sem comer”.

Maria Vitória Moreira Forte morreu esta madrugada nas urgências do Hospital Garcia de Orta (Almada), onde, segundo a família, deu entrada ontem, pelas 11.00 horas, vindo a ser vista por um médico “apenas cerca das 20.15″. 

O filho, João Carlos Silveira, afirma-se “indignado” com a forma como a mãe “foi deixada ao abandono numa maca de um corredor sem comer”. A idosa foi triada assim que entrou na unidade de saúde, ficando com pulseira amarela.

Recorde-se que em menos de uma semana esta é a segunda morte nas urgências do Hospital Garcia de Orta. A primeira ocorreu há oito dias e a investigação feita pelo hospital já assegurou que não havia nada a fazer do ponto de vista clínico, uma vez que o doente “padecia de uma doença grave, com vários dias de evolução e o seu agravamento súbito, pelo caráter fulminante”.

Já sobre o caso de hoje, João Carlos Silveira revela que Maria Vitória Forte até chegou a ser chamada pelas 19.30, mas o filho não percebeu o número do gabinete. “Pedi ajuda à enfermeira, que, nessa altura, estava a mudar a fralda à minha mãe. Respondeu-me que naquele momento não podia ser”, relata ao DN.

Foi ter com o médico para explicar a situação, mas garante ter sido mal recebido. Conta que aiinda insistiu, alertando que a mãe já estava em espera há largas horas, enquanto ia ficando cada vez mais debilitada. “Disse-me que não ia lá dentro ver a minha mãe. Se eu quisesse, que a fosse buscar e lha trouxesse”, denuncia na queixa apresentada no livro e reclamações.

“Mas pôs-me fora antes de a ir ver”, conta, relatando que a mãe, de 89 anos, estava acamada há cinco meses na sua casa, em Almada. 

Ontem, a idosa começou a dar sinais de não estar bem, com os lábios excessivamente roxos, pelo que a família acionou os bombeiros que a levaram às urgências.

Era meia-noite quando o filho encontrou a mãe já com dificuldades respiratórias, assegurando que a botija do oxigénio “estava a zero”, diz, garantindo que uma outra paciente “testemunhou isso”, insiste. Era 01.30 quando, segundo denuncia, uma outra médica o alertou para mais uma contrariedade. 

“Disse-me que a minha mãe não estava bem para ir para casa, mas também não a podia internar, porque estava sem camas. Que teria que ir ficando por ali”.
João Carlos Silveira recebeu a notícia da morte da mãe pelas 02.00 horas.

O DN tentou contactar a administração do Garcia da Orta durante esta noite, mas sem sucesso. Contudo, o Serviço Geral de Atendimento do hospital avançou que a equipa de urgência não tem conhecimento de qualquer anomalia nos serviços nas últimas horas.

Fonte: DN