Fundação norte-americana quer ajudar 100 cidades mundiais a tornarem-se mais "resilientes" a problemas como cheias, erosão costeira, sismos ou mesmo desemprego e envelhecimento da população. Lisboa foi uma das escolhidas.
A capital portuguesa foi uma das 35 cidades escolhidas para integrarem o grupo das “100 Resilient Cities” (100 Cidades Resilientes), que serão apoiadas pela Fundação Rockefeller. Esta instituição norte-americana destina 100 milhões de dólares (80 milhões de dólares) para ajudar as cidades a melhorarem a resposta a catástrofes naturais, às alterações climáticas ou a desafios sociais.
O anúncio dos vencedores deste “desafio” foi feito esta quarta-feira, em Singapura, pela presidente da Fundação Rockefeller, Judith Rodin. Depois de, no ano passado, terem sido escolhidas as primeiras 32 cidades, este ano concorreram 331 câmaras municipais - entre elas a Câmara de Lisboa -, de 94 países. No entanto foram escolhidas apenas 35, dos seis continentes.
Na Europa, além de Lisboa, a lista inclui Barcelona (Espanha), Paris (França), Milão (Itália), Londres (Reino Unido), Belgrado (Sérvia), Atenas e Tessalónica (Grécia). Faziam já parte da rede cidades como Roma (Itália), Melbourne (Austrália), Rio de Janeiro (Brasil) ou Nova Iorque (EUA).
“Com mais estas 35 novas cidades, a rede das 100 Cidades Resilientes vai agora ter impacto na vida de 700 milhões de pessoas em todo o mundo: isto significa que um quinto da população urbana mundial vive agora numa cidade que integra a rede”, lê-se numa nota publicada no site da fundação. No próximo ano, serão conhecidas as restantes 33, que completam o grupo de 100.
Mas em que consiste este projecto? Segundo a fundação, os membros da rede – que estarão interligados com vista à troca de experiências e soluções – receberão apoio logístico, financeiro e técnico. As cidades serão apoiadas na criação de um gabinete (Chief Resilience Officer) que irá coordenar e fiscalizar as medidas necessárias para aumentar a resiliência em áreas já identificadas.
No caso de Lisboa, os desafios passam pela resistência sísmica, envelhecimento da população e também das infra-estruturas, capacidade de resposta a inundações, à subida do nível do mar, à erosão costeira e às derrocadas.
“Embora a cidade tenha forte experiência técnica e vontade política para realizar melhoramentos, também enfrenta restrições financeiras de vido à crise económica global”, lê-se numa pequena nota sobre a escolha de Lisboapara integrar a rede. “Serão necessários projectos de melhoramentos urbanos para garantir que os residentes podem continuar a ter acesso aos serviços, e para reduzir o risco da actividade sísmica.”
O responsável pelo Chief Resilience Officer deverá desenvolver um plano de resiliência e a cidade terá acesso a uma plataforma de serviços prestados por parceiros do sector privado e sem fins lucrativos, com vista à concretização da estratégia traçada a nível municipal.
A Fundação Rockefeller foi criada há mais de cem anos por John Rockefeller, empresário e filantropo norte-americano, e está ligada a diversas universidades, através das quais apoia a investigação em várias áreas científicas. O projecto 100 Cidades Resilientes é suportado financeiramente pela fundação e gerido como um projecto patrocidnado pela organização sem fins lucrativos Rockefeller Philantropy Advisors.
Fonte: Publico