Fenómeno meteorológico localizado apenas atingiu habitações na zona poente da Praia de Faro.
Telhas arrancadas em pelo menos duas casas e vários postes de eletricidade e telefone derrubados. Este é o resultado do vento forte e da chuva que, na madrugada de ontem, se abateram sobre a Praia de Faro.
O fenómeno, extremamente localizado, não foi detetado pelos radares do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), mas o meteorologistas acreditam que se tenha tratado de um fenómeno de ‘down burst’ – um movimento descendente brusco de ventos.
"Eu estava em casa e comecei a ouvir o vento e a chuva, parecia um tornado", conta António Viegas que, às 03h30 de ontem, quando a tempestade se abateu sobre a zona poente da Praia de Faro, ainda estava acordado. "Depois, os postes caíram e ficámos sem luz, foi um pânico aqui em casa", continua, "não conseguíamos sair porque era só faíscas aqui à porta, demorou mais de meia hora até conseguirmos sair."
No exterior encontraram os vizinhos, também na rua, por entre telhas arrancadas de telhados e postes derrubados. Na ria Formosa, o vento virou mesmo o barco de pesca do vizinho da frente de António, que sofreu danos avultados.
A ajuda chegou já de manhã, tanto de bombeiros de Faro como da Junta de Freguesia do Montenegro. A EDP e a PT também estiveram ontem na Praia a reparar os estragos.
O fenómeno acabou por atingir apenas a zona poente da Praia de Faro, não provocando danos em qualquer outra zona do Algarve. Ao CM, o IPMA referiu que os radares "não detetaram nada de anormal" mas tudo aponta para que se tenha tratado "de um ‘down burst’ ou de um fenómeno semelhante." O que os meteorologistas do IPMA têm a certeza é que "não foi um tornado, pois não se formou qualquer supercélula."
Fonte: CM