Testemunha Apanhada em Contradições no Julgamento dos Suspeitos do Incêndio no Caramulo - VIDA DE BOMBEIRO

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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Testemunha Apanhada em Contradições no Julgamento dos Suspeitos do Incêndio no Caramulo

O Ministério Público pediu a instauração de um inquérito com vista a averiguar a eventual prática de um crime de falsas declarações prestadas por uma testemunha de defesa de um dos arguidos acusado de ter ateado os fogos do Caramulo.

O procurador considerou haver contradições relativamente ao depoimento prestado a 11 de Outubro de 2013 pela mesma testemunha à PJ e com outros testemunhos já ouvidos em anteriores sessões.

Fernando Marinho e Luís Patrick estão a ser julgados na secção de proximidade de Vouzela, acusados de serem os autores dos fogos do Caramulo em que morreram quatro bombeiros.

O primeiro arguido confessou ser culpado e autor de um dos três incêndios identificados e de serem verdade os factos que constam da acusação. O segundo nega todas as acusações, declarando não ter estado nessa noite com o outro arguido.

Na sessão da tarde desta terça-feira, o primo de Luís Patrick confirmou ter estado com o familiar por volta da meia-noite, depois de uma viagem que tinha feito a Viseu com a esposa.

Contou que chegou primeiro ao café de Alcofra (Vouzela) “pouco antes da meia-noite” para ir à Internet e que o primo tinha chegado “cinco a dez minutos depois” de mota com uma amiga. Contou ainda que na esplanada do café esteve à conversa com Luís Patrick e com o proprietário do estabelecimento (este negou na sessão anterior tal facto) e que mais tarde arrancaram para a serra para ir ver o fogo.

Mas a cronologia do tempo entre Viseu e a localidade de Alcofra contada pela testemunha, assim como a hora a que chegou ao café e que esteve com o primo, levantou dúvidas ao Ministério Público e ao próprio juiz presidente do colectivo de juízes que alertou por duas vezes a testemunha de incorrer num crime ao prestar falsas declarações. Aconselhou-o mesmo a “dizer a verdade, independentemente do que já tenha dito”. “Não dizendo a verdade há consequências que deverão ser tiradas”, disse.

No final, o presidente juiz determinou a extracção de uma certidão com vista à “instauração de procedimento criminal” contra a testemunha.

A sessão desta terça-feira ficou ainda marcada pela reconstituição da viagem que os dois acusados terão feito de mota na noite em que atearam os fogos. A diligência realizou-se durante a manhã, tendo sido usada o motociclo apreendido ao arguido Luís Patrick.

Os dois arguidos estão acusados, em co-autoria, de um crime de incêndio florestal, de quatro homicídios qualificados e de 13 de ofensa à integridade física qualificada.

Fonte: Publico

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