Há uns dias por ocasião do 25.º aniversário da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), muito se falou das dificuldades vividas pelos deficientes visuais que vão desde as barreiras arquitetónicas, passando pelos escassos apoios estatais, até à integração no mercado de trabalho.
Mais uma vez, as questões da inserção social estiveram na ordem do dia, mas também nesta matéria os bombeiros dão exemplo, fazem a sua parte, na verdade a mesma que cumpre a outras as entidades que fogem, quase sempre, se colocam à parte, recusando assumir responsabilidades.
Em vários quartéis deste País, em associações humanitárias de Norte a Sul de Portugal, a palavra inclusão é uma realidade, até porque bombeiros com ou sem farda cumprem a missão de salvar vidas e, muitas vezes, dar ocupação, garantir sustento e valorizar profissionalmente é, também, garantir a sobrevivência de quem padece de exclusão, de esquecimento ou indiferença.
Nos últimos périplos pelo País tivemos a alegria de conhecer, entre outros, dois profissionais de mão-cheia, que embora privados da visão, não fecham os olhos ao trabalho. Nos quartéis de Alcanede e de Pataias dois cegos distinguem-se nas comunicações e dominam as tecnologias da informação.
Pequenos investimentos, a nível de equipamentos ou de adaptação de áreas, permitiram dar ocupação a estes dois homens, como a tantos outros, com ganhos evidentes não só para as instituições, mas, também, para a comunidade onde estão inseridas.
Diz-se que um homem não pode mudar o mundo, talvez… mas pequenos gestos, sinónimo de grande atitude podem revolucionar e reformar mentalidades e… mudar tudo.
Sofia Ribeiro in Jornal Bombeiros de Portugal
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