2 de Setembro de 2007, eram 19h00 e estava quase na hora de sair do serviço, mas nesta visa não à horas para nada e esta situação é o exemplo disso mesmo.
Fomos alertados para um incêndio num autocarro em S. Miguel de Paredes, autocarro este que estaria quase completo na sua lotação.
Quando chegámos ao local, deparámo-nos com o autocarro quase todo tomado pelas chamas, mas felizmente já não havia ninguém no seu interior.
O veiculo transportava idosos de Cabeça Santa e começou a arder em andamento quando faltavam apenas 3 quilómetros para chegar ao seu destino.
Mal chegámos fizemos o reconhecimento e como não havia ninguém no seu interior, iniciamos ataque directo com espuma, mas tivemos que solicitar mais meios para o local porque o incêndio propagou-se para um campo agricola que se encontrava adjacente a uma habitação.
Mas como eu disse no inicio, esta profissão é um pouco ingrata e a prova disso mesmo é que durante esta ocorrência, tivemos outra, esta envolvendo um acidente de viação com encarcerados, mas sobre este acidente já falo mais à frente.
Durante o tempo que estivemos no combate às chamas do autocarro, fomos sabendo alguns detalhes, como por exemplo, que o incêndio começou na traseira e foi o condutor que se apercebeu pelo retrovisor, e que parou logo a viatura e retirou todos os passageiros para o exterior.
Soubemos que os outros dois autocarros pararam para auxiliar a retirada das pessoas para o exterior e que ainda tentaram extinguir o incêndio com extintores, mas isso já não foi possível. Viemos a saber também que este mesmo autocarro já tinha tido problemas durante a manhã, e que inclusive deslocaram-se propositadamente dois mecânicos até Marco de Canavezes para ver o que se passava com o referido autocarro.
Apesar de todos os nossos esforços, nada ou quase nada pudemos fazer pelo autocarro, acabando por ser todo consumido pelas chamas. Felizmente não houve feridos a registar mas estas pessoas não ganharam para o susto.
Como dizia à pouco, estavamos nós nesta ocorrência e tivemos a indicação de um acidente com encarcerados na estrada nacional 108 junto à Quinta de Santa Cruz.
Como na ocorrência do autocarro não havia feridos, foi possível desmobilizar uma ambulância para o acidente e calhou-me a mim ir para lá.
Neste acidente encontrámos dois feridos, um ligeiro e um grave, sendo que um deles estava encarcerado. Foi um desencarceramento delicado devido ao mau estado das viaturas, um jipe e um carro ligeiro em muito mau estado.
Iniciamos o desencarceramento da vitima, vitima esta que apresentava diversas fracturas nos membros superiores e inferiores e várias escoriações.
O condutor do jipe sofreu apenas ferimentos ligeiros.
Foi um desencarceramento delicado e demorado, visto que tivemos de cortar um grande aglomerado de chapas para retirar a nossa vitima, mas passado algum tempo conseguimos concretizar o nosso trabalho com sucesso.
De assinalar que nesta ocorrência estivemos envolvidos 3 viaturas e 9 elementos, e na ocorrência do autocarro, 4 viaturas com 13 elementos, mais uma viatura e 5 elementos dos Bombeiros de Paço de Sousa.
As nossas estradas são muito movimentadas por autocarros, mas felizmente os acidentes entre eles não têm sido muitos.
Não posso deixar de dizer que infelizmente ainda se vê muita transgressão por parte dos autocarros, principalmente os escolares que continuam a andar sobrelotados, com alunos em pé que excedem largamente a lotação. Imaginem só se um destes autocarros sofre um acidente... Nem é bom pensar.
Cabe-nos a nós enquanto cidadãos denunciar estas infrações, para tentar que estas situações mudem, e cabe-nos muito mais enquanto pais, que isto não aconteça, porque se um autocarro não chega que mandem dois.
Quero deixar também um grande agradecimento a todos vocês que têm seguido de perto o meu trabalho, sim porque dei inicio a esta narrativa no dia 26 de Janeiro, e até hoje já conto com 2.574 visitas de página.
Isto deve-se unica e exclusivamente a vocês, por isso para todos vocês sem excepção, Muito Obrigado, e continuem a visitar e a partilhar a minha página, porque muitas histórias estão por contar.
Não percam no dia 4 de Março uma grande narrativa sobre a queda da ponte Hintze Ribeiro em Entre-os-Rios.
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